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Bem-Estar

Cientistas afirmam que comer menos calorias por dia pode ajudar a retardar o envelhecimento

Por João Paulo Martins  em 10 de fevereiro de 2023

Em estudo recém-publicado, pesquisadores descobriram que a redução calórica de 25% pode diminuir em até 15% o risco de morte precoce

Cientistas afirmam que comer menos calorias por dia pode ajudar a retardar o envelhecimento
(Foto: Pixabay)

 

Que tal retardar o envelhecimento sem remédios, apenas alterando o padrão alimentar? Em estudo publicado na última quinta (9/2) na revista científica Nature Ageing, cientistas afirmam que cortar 25% da ingestão diária de calorias (que é de 2.000 para mulheres e 2.500 para homens) pode ajudar a evitar a morte precoce.

Pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova Iorque (EUA), realizaram um estudo controlado e randomizado com 220 adultos saudáveis. Metade deles foi orientada a reduzir as calorias consumidas diariamente, enquanto o restante seguiu as diretrizes tradicionais de alimentação saudável.

Segundo o jornal britânico The Telegraph, a taxa de envelhecimento foi reduzida em 2% a 3% nos voluntários que realizaram a dieta com restrição de calorias, o que pode ser traduzido como de 10% a 15% menos risco de morte prematura.

O benefício é semelhante ao efeito de alguém que decide parar de fumar.

"Nossas descobertas são importantes porque fornecem evidências científicas de que pode ser possível retardar o envelhecimento humano”, afirma o pesquisador Calen Ryan, um dos autores do estudo, citado pelo jornal.

A dieta usada na pesquisa recém-publicada inclui a ingestão diária de calorias abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), juntamente com a manutenção do consumo regular de vitaminas e minerais essenciais.

Como lembra o The Telegraph, há evidências científicas de que a restrição calórica pode melhorar a saúde de pessoas com obesidade, mas o estudo atual é o primeiro a mostrar efeitos benéficos de prevenção do envelhecimento em humanos saudáveis.

Curiosamente, a maioria dos participantes não conseguiu cumprir a meta de redução de 25%, com a maioria optando por 20% – sugerindo que o benefício se manteve apesar dessa diferença.

Os cientistas continuam acompanhando os participantes para determinar se a intervenção no padrão alimentar gera efeitos de longo prazo no envelhecimento saudável.

De qualquer forma, ainda não se sabe por que a restrição calórica ajuda a evitar a morte precoce, mas os pesquisadores acreditam que se deva à redução das inflamações, à melhoraria do metabolismo do açúcar e a manutenção da função celular e do DNA. Também pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo, conhecido por gerar dano às células e aos tecidos.

No entanto, alerta o jornal britânico, algumas pessoas que fizeram dietas com redução da ingestão diária de calorias relataram efeitos colaterais como perda de densidade óssea e de massa muscular e menor capacidade aeróbica.