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Saúde

Crizanlizumabe é a nova esperança para quem tem anemia falciforme

Por João Paulo Martins  em 06 de outubro de 2021

Remédio pode reduzir em 40% o número de vezes que as vítimas da doença precisam ir ao pronto-socorro, segundo órgão de saúde do Reino Unido

Crizanlizumabe é a nova esperança para quem tem anemia falciforme
(Foto: iStock)

 

Os britânicos que sofrem de anemia falciforme receberam uma ótima notícia: o Serviço Nacional de Saúde (National Health Service ou NHS) do Reino Unido passará a disponibilizar o revolucionário tratamento com o remédio Adakveo (crizanlizumabe), da biofarmacêutica americana Novartis.

Uma das beneficiadas, segundo o emissora britânica iTV News é Chanel Taylor, que é vítima da doença desde os 9 meses de vida. Ela afirma que a anemia falciforme gerou um grande impacto em sua vida, desde a educação até os relacionamentos, principalmente devido à “dor insuportável” que enfrenta.

“Ela impactou minha visão. Perder a visão se tornou um dos momentos mais difíceis da minha vida. Quem olha para mim não pensa que tenho anemia falciforme. É uma deficiência invisível, uma condição invisível, contra a qual tenho lutado diariamente”, conta a mulher de 37 anos à emissora.

Segundo a iTV News, Chanel Taylor precisa receber transfusões de sangue a cada cinco semanas.

 

Esperança com novo medicamento

 

A anemia falciforme, como mostra a emissora britânica, é mais comum em pessoas de origem africana ou caribenha, e trata-se de uma condição de saúde séria e permanente. Ela causa dores intensas e falência de órgãos, muitas vezes exigindo internação hospitalar.

O medicamento crizanlizumabe será administrado por gotejamento (como alguém recebendo soro intravenoso) e atua ligando-se a uma proteína nas células sanguíneas para prevenir a restrição do suprimento de sangue e oxigênio, explica a iTV News.

Essa terapia é a primeira destinada à doença nos últimos 20 anos e ajudará até 5.000 britânicos nos próximos três anos.

Embora Chanel Taylor comemore a chegada do novo remédio para a comunidade falciforme, à emissora ela questiona a demora no desenvolvimento.

“Tem havido pouca pesquisa no desenvolvimento de uma terapia para a célula falciforme, porque há muita disparidade dentro da comunidade e com outros tratamentos. Para câncer e fibrose cística, por exemplo, houve injeção de recursos para desenvolvimento e pesquisa. Com a anemia falciforme não houve nenhum recurso. Me entristece o fato de ter esperado 37 anos para o tratamento”, comenta a britânica à iTV News.

Para o NHS, do Reino Unido, o crizanlizumabe reduzirá em 40% o número de vezes que um paciente com anemia falciforme precisa ir ao pronto-socorro.

“Esse é um momento histórico para as pessoas com doença falciforme, que receberão seu primeiro novo tratamento em mais de duas décadas. Ele é revolucionário e ajudará a salvar vidas. Permitirá que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida e reduzirá quase à metade as idas ao pronto-socorro”, diz Amanda Pritchard, presidente-executiva do NHS, citada pela emissora.