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Saúde

Britânica com leucemia tinha só dois meses de vida, mas se recuperou do câncer com novo tratamento

Por João Paulo Martins  em 10 de setembro de 2022

Eliana Keeling foi diagnosticada com leucemia mieloide terminal e, após a quimioterapia não funcionar, aceitou fazer parte de um experimento no Reino Unido

Britânica com leucemia tinha só dois meses de vida, mas se recuperou do câncer com novo tratamento
(Foto: The Christie NHS Foundation Trust/Divulgação)

 

A britânica Eliana Keeling, de 65 anos, moradora de Chorlton, no subúrbio de Manchester, no Reino Unido, foi diagnosticada com leucemia mieloide crônica em 20202 e os médicos informaram que ela só tinha dois meses de vida. Essa condição é um tipo raro de câncer das células do sangue e geralmente afeta idosos. A professora aposentada de inglês passou por dois ciclos intensivos de quimioterapia como na Enfermaria Real de Manchester, a partir do dia de Natal de 2020, mas o tratamento não funcionou e, no final de maio de 2021, Eliana recebeu a devastadora notícias de que sua leucemia era terminal.

Sem outras opções, a britânica aceitou participar de uma pesquisa experimental (ensaio clínico de fase I) na fundação pública The Christie, em Manchester, que é especializada no estudo do câncer. Em junho de 2021, Eliana Keeling iniciou um o ensaio clínico do novo tratamento que explora uma fraqueza química nas células da leucemia. Segundo o site da fundação, foi usado um medicamento injetável já conhecido, o azacitidina, junto de outra substância experimental, um comprimido ainda sem nome comercial que potencializa os efeitos da droga anticâncer.

Após seis meses no teste, o organismo da professora aposentada já estava livre da leucemia. Com isso, ela pôde fazer um transplante de medula óssea e, desde então, está em remissão da doença, informa o site da The Christie.

A leucemia mieloide aguda é caracterizada pelo crescimento acelerado das células sanguíneas anormais, que se acumulam na medula óssea e no sangue e interferem nas células normais. Ela é um dos tipos mais comuns de leucemia em adultos, ainda assim, é bastante rara, representando cerca de 1% de todos os tumores, segundo o site da fundação britânica.

Eliana Keeling sempre foi ativa, frequentava academias e gostava de tirar férias, até que o exame de sangue revelou o câncer. Agora, ela acaba de comemorar o aniversário de 31 anos de casamento. “Quando me disseram que a quimioterapia não havia funcionado e que tinha alguns meses de vida, sabia que não devia aceitar isso. Foi como se um enorme buraco se abrisse em meu mundo e tudo que tinha planejado desaparecesse num instante. A Christie [fundação] foi a melhor coisa que me aconteceu”, conta a professora aposentada ao site da fundação.

A hematologista Emma Searle, consultora da The Christie, conta que Eliana tinha um prognóstico ruim e sua única esperança de sobrevida era o ensaio clínico e o transplante de medula óssea. “Estamos satisfeitos pela resposta tão boa da Eliana, que agora está livre da leucemia. Dado que ela tinha uma expectativa de vida muito limitada quando a quimioterapia não funcionou, o resultado dela é excelente. Nem todos os pacientes leucemia mieloide crônica do estudo respondem tão bem quanto Eliana, mas somos gratos a todos os pacientes e parentes que se sentem capazes de apoiar a pesquisa da The Christie”, comenta a especialista.