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Cientistas apresentam o nome de uma possível nova espécie humana

Por João Paulo Martins  em 30 de outubro de 2021

O chamado Homo bodoensis viveu há mais de 300.000 anos entre a África e a Europa

Cientistas apresentam o nome de uma possível nova espécie humana
Fósseis humanos que não estavam classificados foram considerados a nova espécie Homo bodoensis (Foto: Evolutionary Anthropology/Jeffrey H. Schwartz/Reprodução)

 

Um estudo publicado na última quinta (28/10) revista científica Evolutionary Anthropology apresenta o nome dado por cientistas à nova espécie humana que viveu há mais de 300.000 anos.

Segundo o jornal americano USA Today, o estudo começou quando três pesquisadores decidiram resolver o “imbróglio” envolvendo as espécies humanas ancestrais Homo heidelbergensis e Homo rhodesiensis, que viveram entre 774.000 e 129.000 anos atrás.

O problema, de acordo com os cientistas, é que as características de cada uma dessas espécies não estavam bem definidas, causando confusão e inconsistências quando especialistas precisavam categorizar fósseis humanos, explica o jornal.

“Não descobrimos nada. Apenas criamos uma espécie para entender o que os hominídeos fizeram no passado”, comenta a pesquisadora Mirjana Roksandic, da Universidade de Winnipeg, no Canadá, uma das autoras do estudo, em entrevista ao USA Today.

A nova espécie foi nomeada Homo bodoensis e basicamente recategoriza alguns fósseis da África e da região do Mediterrâneo Oriental que não se “encaixavam” nas categorias vigentes, esclarece o periódico americano.

Como a nova nomenclatura presente no estudo recém-publicado é apenas uma sugestão, não se pode dizer que o restante da comunidade científica venha a aceitar o H. bodoensis.

Os cientistas também sugerem que a nova espécie seja um ancestral direto do Homo sapiens, os humanos modernos.

“Embora não seja uma espécie verdadeira no sentido biológico, uma vez que há evidências fortes e crescentes de migrações, bem como de fluxo gênico entre diferentes grupos, este táxon recém-definido acende uma luz sobre os hominídeos indevidamente nomeados e definidos do Pleistoceno Médio [entre 355.000 e 82.800 anos atrás] na Europa e na África”, afirmam os pesquisadores no artigo da Evolutionary Anthropology.