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Bem-Estar

Unicef alerta para efeito preocupante da propaganda de fórmula para bebês

Por João Paulo Martins  em 25 de fevereiro de 2022

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, 51% das grávidas são influenciadas pelas empresas de fórmulas quando decidem sobre a alimentação infantil

Unicef alerta para efeito preocupante da propaganda de fórmula para bebês
(Foto: Pixabay)

 

Segundo estudo feito pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mais da metade das mulheres grávidas (51%) dizem terem sido influenciados pelas propagandas de fórmulas para bebês e crianças.

“O relatório ‘Como o Marketing de Fórmula Influencia Nossas Decisões Sobre Alimentação Infantil’ baseia-se em entrevistas com pais, mulheres grávidas e profissionais de saúde em oito países. Ele revela estratégias de marketing sistemáticas e antiéticas usadas pela indústria de fórmulas, que vale impressionantes US$ 55 bilhões [R$ 280,5 bilhões], para influenciar as decisões de alimentação infantil dos pais”, diz a Unicef em seu site.

Entre as técnicas de marketing das empresas de fórmulas, segundo o órgão da ONU, estão as redes de aconselhamento e linhas de apoio patrocinadas; promoções e brindes; e práticas para “induzir” as decisões de profissionais de saúde.

“As mensagens que pais e profissionais de saúde recebem são muitas vezes enganosas, cientificamente infundadas e violam o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno, um acordo histórico de saúde pública aprovado pela Assembleia Mundial da Saúde em 1981 para proteger as mães de agentes agressivos e de práticas de marketing da indústria de alimentos para bebês”, alerta a Unicef.

Ainda conforme o relatório, que entrevistou 8.500 pais e mulheres grávidas e 300 profissionais de saúde em cidades de Bangladesh, China, México, Marrocos, Nigéria, África do Sul, Reino Unido e Vietnã, a exposição à propaganda de fórmulas atinge 84% das pessoas.

O levantamento descobriu que o marketing das empresas de fórmulas atinge 84% das mulheres analisadas no Reino Unido, 92% das pesquisadas no Vietnã e 97% das entrevistadas na China.

“Mensagens falsas e enganosas sobre a alimentação com fórmula são uma barreira substancial à amamentação, que sabemos ser melhor para bebês e mães. Precisamos de políticas robustas, legislação e investimentos em amamentação para garantir que as mulheres sejam protegidas de práticas antiéticas de marketing. E tenham acesso às informações e apoio de que precisam para criar suas famílias”, comenta Catherine Russell, diretora executiva da Unicef, citada pelo site do órgão da ONU.

A instituição lembra que a amamentação na primeira hora após o nascimento e que prossegue por seis meses a dois anos ou mais oferece uma poderosa linha de defesa contra todas as formas de desnutrição infantil, incluindo perda de massa corporal e obesidade.

“A amamentação também atua como a primeira vacina dos bebês, protegendo-os contra muitas doenças comuns da infância. Também reduz o risco futuro de diabetes, obesidade e algumas formas de câncer. No entanto, em todo o mundo, apenas 44% dos bebês com menos de 6 meses recebem exclusivamente leite materno”, revela o site da Unicef.