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Bem-Estar

Comer poucas vezes por dia pode prolongar a vida, ao menos em ratos

Por João Paulo Martins  em 19 de outubro de 2021

Estudo feito com cobaias mostra que o jejum por período prolongado pode trazer benefícios para a saúde e aumentar a longevidade

Comer poucas vezes por dia pode prolongar a vida, ao menos em ratos
(Foto: Freepik)

 

Comer menos vezes por dia pode ser melhor para a saúde e para a longevidade, segundo estudo feito com cobaias e publicado na última segunda (18/10) na revista científica Nature Metabolism.

Pesquisadores observaram que ratos que foram alimentados com menos calorias uma única vez no dia viveram mais do que aqueles que comeram o mesmo número de calorias distribuídas ao longo do dia, informa o site americano Science Alert.

“As dietas com restrição calórica garantem que os ratos fiquem em jejum durante a maior parte do dia e esse período de jejum forçado é fundamental para os benefícios à vida e à saúde”, diz o pesquisador Dudley Lamming, da Universidade de Wisconsin, nos EUA, um dos autores do estudo, citado pelo site.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas separaram os ratos em grupos com diferentes dietas, incluindo um de controle com acesso ilimitado à alimentação.

Um dos grupos teve as calorias restritas em 30%, com acesso a alimentos de baixa caloria durante todo o dia. Outro recebeu 30% menos comida e foi alimentado uma única vez, realizando jejum de 21 horas.

Segundo o Science Alert, as cobaias com dieta de restrição de calorias e jejum de 21 horas entre as refeições viveram cerca de meio ano a mais do que os ratos do grupo de controle, que comeram o quanto quiseram a qualquer hora do dia.

Curiosamente, os camundongos que tiveram a dieta de baixa caloria com acesso constante aos alimentos viveram menos do que o grupo de controle, embora consumissem menos calorias diariamente.

Um quarto e último grupo de cobaias foi treinado para comer uma quantidade semelhante de comida aos animais de controle, mas durante apenas três horas por dia, passando a fazer um longo período de jejum.

Embora a longevidade não tenha sido medida nesse último grupo, informa o site americano, os ratos que jejuaram sem reduzir a ingestão de calorias apresentaram os mesmos tantos benefícios para a saúde do grupo que comeu menos calorias e jejuou.

“Ambos os grupos são mais capazes de regular o açúcar no sangue e adaptar melhor o metabolismo às diferentes demandas ao longo do dia”, esclarece Dudley Lamming, de acordo com o Science Alert.

Claro que os resultados do estudo não podem ser aplicados em humanos, já que nosso metabolismo é bem diferente dos ratos. Mas serve de parâmetro para futuras pesquisas.