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Saúde

Vacina da AstraZeneca é associada a doença autoimune do sangue

Por João Paulo Martins  em 10 de junho de 2021

Cientistas descobriram que o imunizante do consórcio Oxford/AstraZeneca possui uma baixa chance de gerar trombocitopenia imune, problema que afeta as plaquetas sanguíneas

Vacina da AstraZeneca é associada a doença autoimune do sangue
(Foto: Freepik)

Estudo publicado na revista científica Nature Medicine na última quarta (9/6) avaliou dados do programa de vacinação contra covid-19 na Escócia e descobriu um pequeno aumento no risco de um problema hemorrágico que é tratável e frequentemente leve em quem recebeu imunizante Oxford/AstraZeneca.

Os cientistas examinaram os registros médicos de 5,4 milhões de escoceses para casos de coágulos sanguíneos, sangramento incomum e uma condição chamada trombocitopenia imune, que é uma redução nas plaquetas sanguíneas, podendo levar a contusões e sangramentos nas gengivas e internamente.

O estudo recente foi liderado pela Public Health Scotland (Saúde Pública da Escócia) e revela que o risco de surgimento da trombocitopenia imune foi relativamente maior em 1,7 milhão de pessoas que receberam a primeira dose da vacina AstraZeneca em comparação com um grupo que não recebeu o imunizante até 14 de abril de 2021.

Risco da doença autoimune do sangue

De acordo com os pesquisadores, a estimativa é de que haja 11 casos dessa doença autoimune para cada milhão de doses aplicadas da vacina. O efeito colateral é observado principalmente em pessoas idosas com problemas crônicos de saúde, como doença coronariana, diabetes ou doença renal crônica, e geralmente aparece entre a 2ª e a 4ª semana após a imunização.

A maior taxa de trombocitopenia imune após a injeção do consórcio feito pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a biofarmacêutica britânica AstraZeneca é semelhante à observada em vacinas, como as da gripe e hepatite B, ocorrendo de 10 a 30 casos por milhão de doses aplicadas.

O estudo encontrou evidências mais fracas no risco de coágulos nas artérias e eventos hemorrágicos após a vacina AstraZeneca. Não houve sinal de maior chance de trombocitopenia imune, coagulação ou sangramento nos 800.000 escoceses que receberam a vacina Pfizer/BioNTech até 14 de abril.

“Se as pessoas apresentarem hematomas ou sangramento após a vacina Oxford/AstraZeneca, é importante avisar um médico porque existem bons tratamentos disponíveis para a trombocitopenia imune. A mensagem mais ampla é que o risco desses resultados é muito menor com a vacina do que se você desenvolver covid-19”, afirma o pesquisador Aziz Sheikh, da Universidade de Edimburgo, principal autor do estudo, citado pelo jornal britânico The Guardian.