busca

Saúde

Máscara Zephyr, da Razer, não possui certificado N95 de proteção contra Covid-19

Por João Paulo Martins  em 12 de janeiro de 2022

A famosa marca americana de produtos gamers retirou toda informação da norma N95 dos materiais de divulgação da Zephyr

Máscara Zephyr, da Razer, não possui certificado N95 de proteção contra Covid-19
A máscara Zephyr, da Razer, não possui certificação de proteção N95 (Foto: Razer/Divulgação)

 

A badalada máscara Zephyr, da marca Razer, uma das grandes novidades da pandemia de covid-19, não pode ser considerada um equipamento de proteção individual (EPI). Como mostra o site americano The Verge, a máscara de design inovador, bem ao estilo “gamer”, que custa US$ 100 (R$ 560), recebeu uma onda de reclamações sobre os exageros do marketing ao divulgar a suposta proteção do equipamento.

Após as alegações de ineficácia, a Razer retirou todas as informações de que a Zephyr possuía proteção de nível N95. Além disso, em publicação compartilhada no Twitter no último sábado (8/1), a empresa divulgou um link para a página de seu site que informa que a máscara tem 95% de Eficiência de Filtragem de Partículas (Particulate Filtration Efficiency ou PFE) e 99% de Eficiência de Filtragem de Bactérias (Bacterial Filtration Efficiency ou BFE).

Anteriormente, a Razer usava a chancela N95 em vários materiais de divulgação da Zephyr para descrever a filtragem e a eficácia de seus filtros substituíveis, lembra o The Verge. A empresa de acessórios de computador cultuada por gamers, agora, se refere aos filtros apenas como sendo de “purificação de ar”.

Para usar a norma N95, a Razer precisaria que os 95% de eficácia no bloqueio de partículas fossem referentes a toda a máscara e não aos filtros.

 

Máscara Zephyr, da Razer, não possui certificado N95 de proteção contra Covid-19
Apenas os filtros da Zephyr possuem eficiência de filtragem de partículas e bactérias (Foto: Razer/Divulgação)

 

A Razer não respondeu aos questionamentos do site americano.

Na página divulgada no sábado (8/1), no Twitter, que tem como título “A Ciência por Trás do Razer Zephyr”, a empresa americana fornece resultados de todos os testes pelos quais a máscara passou antes de chegar ao mercado. Claro que não há menção ao certificado N95.

A conclusão dos resultados dos testes é que, embora a Zephyr tenha passado por análises internas, ainda precisa de revisão de agências especializadas antes que as pessoas possam se sentir confiantes sobre sua proteção. Isso se estende à Zephyr Pro, uma versão que adiciona amplificação de voz e deve ser lançada ainda em 2022.

Quando a Razer apresentou sua máscara hi-tech na feira internacional de eletrônicos CES 2021, como o “Projeto Hazel”, não havia aprovação e certificação de nenhuma instituição americana de saúde, incluindo a Food and Drug Administration (espécie de Vigilância Sanitária) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention).

Quando foi lançada no final de outubro de 2021, a Zephyr ainda não havia passado por testes suficientes para ser considerada um EPI, lembra o The Verge.