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Saúde

Estudo sul-africano diz que vacina da Pfizer é menos eficaz contra a ômicron

Por João Paulo Martins  em 08 de dezembro de 2021

Cientistas descobriram que duas doses da Pfizer-BioNtech geram de 20 a 40 vezes menos anticorpos contra a nova cepa da covid-19

Estudo sul-africano diz que vacina da Pfizer é menos eficaz contra a ômicron
(Foto: Freepik)

 

Anticorpos gerados pela vacina do consórcio americano Pfizer-BioNtech podem ser até 40 vezes menos eficazes contra a variante ômicron da covid-19 em relação à versão tradicional do coronavírus, revela estudo feito na África do Sul.

Segundo a emissora britânica Sky News, em pessoas vacinadas com duas doses da Pfizer, a capacidade do sistema imunológico de neutralizar a nova cepa foi reduzida entre 20 e 40 vezes em comparação com a variante original da covid, que é o alvo principal dos atuais imunizantes.

É uma grande redução em comparação com as demais variantes do coronavírus. A beta (que assim como a ômicron surgiu na África do Sul) foi uma das cepas que se mostrou mais resistente às vacinas. Porém, a ômicron é de cinco a 10 vezes melhor para evadir o sistema imunológico, afirmam os pesquisadores no estudo pré-publicado em dezembro no repositório científico online medRxiv (não foi revisado por outros cientistas).

Embora o efeito observado no estudo seja significativo, a Sky News lembra que ele é limitado. Além de não ter sido revisado, foi baseado em apenas 12 pessoas que receberam a vacina da Pfizer.

“Vimos muitas fugas imunológicas. Mas acho que as notícias são muito boas”, afirma o pesquisador Alex Sigal, do Instituto África de Pesquisa em Saúde, na África do Sul, principal autor do estudo, citado pela emissora.

O fato de os anticorpos gerados pelos imunizantes reconhecerem a ômicron, por si só, já é um passo importante. Especialmente porque existem outras partes do sistema imunológico, como as células T (linfócitos), que também podem agir contra a variante.

Mas a descoberta mais promissora do estudo sul-africano, de acordo com a Sky News, é o fato de que as pessoas que foram previamente infectadas pela covid-19, ao serem imunizadas, apresentaram uma melhor proteção contra a ômicron.

De qualquer forma, são necessários novos estudos, com um maior número de voluntários, para confirmar esses resultados.