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Saúde

Esclerose lateral amiotrófica: cientistas descobrem proteínas que atuam na evolução da doença

Por Da Redação  em 30 de março de 2022

Descoberta pode abrir caminho para produção de um medicamento que ajude a tratar e evitar a progressão da ELA

Esclerose lateral amiotrófica: cientistas descobrem proteínas que atuam na evolução da doença
(Foto: Freepik)

 

A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa que enfraquece os músculos ao longo do tempo, afetando a função física e, finalmente, levando à morte. Não há uma causa única para a doença e nenhuma cura conhecida. No entanto, cientistas americanos descobriram um possível tratamento.

No estudo publicado dia 21 de março na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, os pesquisadores mostram que o alvo são as anormalidades dos astrócitos, células do sistema nervoso central que sustentam os neurônios e ajustam a atividade da rede neural.

Como mostra o site científico britânico Technology Networks, os cientistas acreditam que os astrócitos estão ativamente envolvidos na morte dos neurônios motores do cérebro e da medula espinhal, essenciais para a mobilidade, fala e respiração.

No estudo, foram analisados tecidos neurais de pacientes com ELA e descobriu-se que uma determinada proteína associada aos astrócitos, a conexina 43, atua como um poro aberto que envia fatores tóxicos para os neurônios motores. O poro estava particularmente ativo em pacientes com esclerose lateral amiotrófica com histórico familiar da doença e naqueles que contraíram a condição de forma esporádica.

A equipe descobriu que esses astrócitos induziam a morte do neurônio motor por meio de hemicanais (proteínas que fornecem caminhos para o movimento de moléculas entre as células).

“Este é um novo caminho que mostramos estar presente em tecidos de ELA. Também é emocionante que essa proteína em particular, hemicanal, pareça estar elevada no líquido espinhal de pacientes com ELA e possa servir como um importante biomarcador. È uma abordagem de Medicina de precisão para a doença”, comenta o pesquisador Nicholas Maragakis, da Universidade Johns Hopkins (EUA), um dos autores do estudo, citado pelo Technology Networks.

A ideia é criar medicamentos que possam bloquear a produção de hemicanal. Na pesquisa recém-publicada, a equipe mostrou que o fármaco chamado tonabersat, originalmente desenvolvido para tratar enxaqueca e epilepsia, pode bloquear a morte de neurônio motor induzida por astrócitos, pelo menos, nos testes com animais e in vitro.

De acordo com o site britânico, agora, a equipe quer entender por que a hemicanal é tão ativa nos astrócitos de pacientes com ELA, dando uma melhor compreensão de como a doença progride.