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Saúde

Vacina contra Alzheimer é bem-sucedida em testes com cobaias

Por João Paulo Martins  em 15 de novembro de 2021

O imunizante foi capaz de reduzir no cérebro a concentração da proteína associada ao Mal de Alzheimer, restaurando a memória dos camundongos

Vacina contra Alzheimer é bem-sucedida em testes com cobaias
(Foto: Pixabay)

 

Cientistas tiveram sucesso em teste da vacina contra a doença de Alzheimer realizada com cobaias. Segundo o jornal britânico The Telegraph, os pesquisadores conseguiram reverter a perda de memória em ratos e estão ansiosos para iniciarem os testes em humanos.

O estudo inovador foi publicado nesta segunda (15/11) na revista científica Molecular Psychiatry, do grupo Nature.

De acordo com o jornal, a vacina treina o sistema imunológico para combater a proteína beta-amiloide no cérebro. Sabe-se que o acúmulo dessa proteína impede a comunicação entre os neurônios. Por isso é associada às pessoas com demência.

Existem remédios para Alzheimer que atuam na redução da beta-amiloide, mas geram pouco resultado em relação aos sintomas da doença neurodegenerativa, além de desencadearem efeitos colaterais.

No estudo atual, de acordo com o The Telegraph, os cientistas descobriram que, em pessoas com demência, a proteína se dobra formando uma estrutura semelhante a um “grampo de cabelo”, um formato considerado mais perigoso.

“Esta estrutura nunca foi vista antes na beta-amiloide”, comenta o pesquisador Mark Carr, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, um dos autores do estudo, citado pelo periódico.

O imunizante tem como alvo justamente a estrutura da proteína, estimulando o corpo a produzir anticorpos para combater esse formato específico, esclarece o cientista. Com isso, o sistema imunológico é capaz de ignorar as formas tradicionais da beta-amiloide, que são necessárias para o corpo.

Quando injetada em camundongos, a vacina desencadeou anticorpos e ajudou a restaurar a função dos neurônios, aumentando o metabolismo da glicose no cérebro e revertendo a perda de memória por meio da redução da formação das placas da proteína, informa o The Telegraph.

Agora, os pesquisadores estão procurando um parceiro comercial para testar clinicamente o anticorpo terapêutico e a vacina.