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Saúde

Argentina registra primeira morte por "fungo negro"

Por João Paulo Martins  em 18 de junho de 2021

Morador de Buenos Aires havia adquirido covid-19 e foi vítima da murcomicose no final de maio deste ano

Argentina registra primeira morte por "fungo negro"
A murcomicose costuma afetar mais as pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como os pacientes internados com covid-19 (Foto: Shutterstock)

Um homem de 35 anos que vive na Argentina contraiu o novo coronavírus (SARS-CoV-2) e morreu em maio devido à mucormicose, infecção causada pelo chamado “fungo negro” (Stachybotrys chartarum), uma doença associada à covid-19 e que se espalhou na Índia.

Segundo informações do jornal argentino Ámbito, a confirmação da primeira morte por “fungo negro” em nosso país vizinho foi dada pelo Centro de Micologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires nesta sexta (18/6).

“Pacientes com coronavírus que estão na unidade de terapia intensiva [UTI] se comportariam como pacientes gravemente imunossuprimidos. Eles têm maior probabilidade de contrair infecções por agentes oportunistas, incluindo fungos. A mucormicose é uma delas”, explica o pesquisador Luján Cuesta, da universidade argentina, citado pelo jornal.

De acordo com  comunidade do Centro de Micologia, a vítima foi internada numa clínica localizada em Lomas de Zamora, na Grande Buenos Aires. Lá ele acabou sendo infectado pelo “fungo negro”, que vem causando temor em todo o mundo nos últimos meses porque está associado á epidemia de covid-19.

“Geralmente não está associado apenas aos casos graves de covid, mas também a pacientes diabéticos não controlados, com cetoacidose diabética ou acidose metabólica. Existe um tratamento que pode ser relativamente eficaz quando diagnosticado precocemente”, afirma Cuesta, citado pelo Àmbito.

O problema, segundo o especialista, é que o diagnóstico não é tão simples. Porém, se detectado de forma rápida, “os pacientes podem responder bem”. “Isso significa que, por exemplo, o paciente terá que retirar parte da pele afetada pelo fungo, e também fazer tratamento com antifúngico”, completa o pesquisador da Universidade de Buenos Aires.

Como mostra Luján Cuesta, essas espécies de fungos se espalham pelos vasos sanguíneos, causando destruição de tecidos em virtude da necrose.