China acusa Sam's Club de ser "esúpido e míope" por não responder a polêmica

Na última sexta (31/12), a agência anticorrupção da China acusou a rede atacadista Sam’s Club, que pertence à gigante americana do varejo Walmart, de “estupidez e miopia” depois que meios de comunicação chineses relataram que Sam’s Club retirou das lojas produtos fabricados na província de Xinjiang, no extremo oeste chinês.

Segundo a emissora americana CNBC, o atacadista do Walmart foi duramente criticado na China depois que vários meios de comunicação compartilharam vídeos e capturas de tela da rede social chinesa Weibo mostrando, supostamente, que produtos da região de Xinjiang haviam sido removidos do aplicativo da loja.

O problema se agravou nas redes sociais depois que o presidente americano Joe Biden sancionou, em 23 de dezembro, uma lei que proíbe as importações de Xinjiang por preocupação com o uso de trabalho forçado.

O Walmart é a mais recente empresa estrangeira a ser prejudicada pela pressão ocidental sobre o tratamento dado por Pequim aos uigures e outras minorias muçulmanas em Xinjiang, revela a emissora americana.

A China rejeita as acusações de trabalho forçado ou quaisquer outros abusos.

Nem o Walmart nem o Sam’s Club fizeram declarações públicas sobre a reação contra eles na China.

A CNBC afirma ainda que a Comissão Central de Inspeção Disciplinar do Partido Comunista da China acusou o Sam’s Club de boicotar os produtos de Xinjiang e tentar “superar” a polêmica permanecendo em silêncio.

“Retirar todos os produtos de uma região sem um motivo válido esconde um motivo oculto, revela estupidez e miopia e certamente terá consequências ruins”, alerta a comissão, citada pela emissora.

A China é um grande mercado para o Walmart, gerando receita de US$ 11,43 bilhões  (cerca de R$ 63,6 bilhões) de 2020 a 2021. Das 423 unidades de varejo que o Walmart opera na China, 36 são do atacadista Sam’s Club, de acordo com a CNBC.