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Ciência

Cientistas da Austrália criam "vasectomia temporária" para homens que querem evitar a gravidez

Por João Paulo Martins  em 11 de novembro de 2022

O método que promete ser um "divisor de águas" é baseado em um hidrogel que impede a passagens dos espermatozoides

Cientistas da Austrália criam "vasectomia temporária" para homens que querem evitar a gravidez
(Foto: iStock)

 

Cientistas da Austrália estão testando um hidrogel capaz de bloquear o caminho do esperma, representando uma espécie de “vasectomia temporária”, trazendo uma opção não invasiva para a contracepção masculina. Como mostra o jornal britânico The Guardian, o primeiro teste está sendo realizado em um hospital de Melbourne.

A pesquisa conta com 25 voluntários que terão o hidrogel injetado nos vasos deferentes – tubos que transportam os espermatozoides – para impedir que os gametas masculinos saiam dos testículos, impossibilitando a fertilização do óvulo.

De acordo com o jornal, a estimativa é que o efeito do hidrogel dure cerca de dois anos, podendo ser reinjetado. Ele surge como uma alternativa à vasectomia padrão, que, além de invasiva, é considerada permanente.

Os responsáveis pela novidade são os cientistas da Epworth Freemasons, de Melbourne. Até agora, o procedimento já foi realizado em quatro homens.

Os participantes serão monitorados por três anos, fornecendo amostras e passando por exames regulares de saúde.

Segundo o urologista Nathan Lawrentschuk, pesquisador líder do estudo, citado pelo The Guardian, a ideia é entender se o hidrogel pode ser uma alternativa não permanente para a contracepção masculina.

“Se for bem-sucedido, pode ser um divisor de águas, garantindo que a contracepção seja uma responsabilidade compartilhada do casal”, comenta.

Atualmente, vasectomias e preservativos são a única forma amplamente disponível para os homens evitarem a gravidez das mulheres.

Vale lembrar que cientistas já estão realizando testes de uma pílula anticoncepcional masculina. No estudo apresentado em março deste ano evento da Sociedade Americana de Química, os pesquisadores revelaram que, ao menos em cobaias, o método contraceptivo apresentou 99% de eficácia.