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Bizarrice

Jovem australiana é impedida de herdar R$ 62 milhões por não arrumar emprego

Por João Paulo Martins  em 24 de junho de 2022

Clare Brown diz ter problemas de saúde que a impedem de conseguir trabalho e, ainda assim, as cláusulas do testamento do pai a afastam da bela herança

Jovem australiana é impedida de herdar R$ 62 milhões por não arrumar emprego
A australiana Clare Brown diz ter autismo e déficit de atenção, por isso não consegue emprego (Foto: 9 News/Reprodução)

 

Uma jovem australiana herdou US$ 12 milhões (cerca de R$ 62 milhões) do pai, mas ainda não colocou a mão no dinheiro por não ter cumprido duas cláusulas do testamento: arrumar um emprego e ajudar a sociedade de alguma forma.

Segundo o site australiano News, o pai de Clare Brown, de 26 anos, moradora de Sidney, era corretor de imóveis e faleceu em janeiro deste ano, deixando a fortuna de US$ 12 milhões. No entanto, em seu testamento, pediu que a quantia fosse liberada apenas após a filha começar a trabalhar e contribuir com algo para a sociedade.

Mas a jovem revelou ao programa A Current Affair, da emissora australiana 9 News, está há anos desempregada devido a seus problemas de saúde, que incluem transtorno de déficit de atenção com hiperatividade e grau severo de autismo.

Além disso, Clare Brown contou ao programa que está em dificuldades financeiras depois que o governo australiano cortou seu benefício do Programa de Nacional de Seguro de Invalidez (National Disability Insurance Scheme), o que atrapalhou ainda mais sua capacidade para conseguir emprego.

“Eu me considero uma milionária falida porque estou sem dinheiro e não posso fazer nada. Por favor, dá para acabar com esse negócio de eu ter de conseguir um emprego? Não vai rolar. Me dê o que é meu por direito. Estou sofrendo”, disse a jovem ao Current Affair.

De acordo com o site News, Clare sobrevive atualmente com o salário que a esposa Lauren recebe. As duas vivem com a filha de 1 ano em Mount Druitt, no oeste de Sidney. É um estilo de vida bem diferente do que ela tinha, já que cresceu no lado rico da cidade e frequentou uma prestigiosa escola particular.

A madrasta de Clare Brown, Ruth Barr, segundo o site australiano, revelou que a enteada não trabalha porque “odeia multidões, não consegue se concentrar e as pessoas a odeiam porque ela é gay”. A madrasta acrescentou que, se alguém disser que Clare está bem, será uma “grande mentira”. “Ela não tem dinheiro. Afinal, por que ela estaria vivendo na porra do bairro Mount Druitt?”.

Ao Current Affair, a jovem australiana contou que o pai a ajudava a complementar o benefício do governo, com uma “semanada” de US$ 500 (R$ 2.600), mas ele acabou cortando isso também.

“Eu entendo por que as pessoas queiram que eu seja um membro funcional da sociedade, no entanto, é preciso ver para meu diagnóstico e perceber que não vai acontecer”, afirmou Clare Brown ao programa, fazendo referência às cláusulas no testamento de seu pai.

Conforme o News, a jovem já “trabalhou” na vida: um emprego de meio período na ONG Autism Australia e em outro lugar, onde atuou menos de uma hora como barista.