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Bem-Estar

Governo da Austrália pode restringir venda de paracetamol após overdoses intencionais

Por João Paulo Martins  em 16 de setembro de 2022

A Vigilância Sanitária australiana divulgou um relatório sobre o uso excessivo e inadequado do famoso analgésico e antitérmico

Governo da Austrália pode restringir venda de paracetamol após overdoses intencionais
(Foto: Pixabay)

 

O governo da Austrália está querendo restringir a venda do analgésico e antitérmico paracetamol após especialistas mostrarem preocupação com o aumento de casos de overdose do medicamento em adolescentes.

A Administração de Produtos Terapêuticos (Therapeutic Goods Administration) da Austrália, que atua como uma Vigilância Sanitária, citada pela emissora australiana 9 News, informou em relatório divulgado na última quarta (14/9), que está avaliando limitar a venda do remédio para uma ou duas caixas por pessoa e restringir a aquisição sem receita médica apenas para quem tem mais de 18 anos.

Segundo a emissora, a cada ano 50 australianos morrem de overdose intencional de paracetamol. As taxas foram mais altas entre adolescentes e jovens adultos e mais comuns entre mulheres.

Embora as taxas de mortalidade e hospitalização não tenham aumentado nos últimos anos, “há um aumento preocupante do uso indevido na comunidade”, disse o órgão governamental.

De acordo com a 9 News, a Administração de Produtos Terapêuticos revelou que as taxas de sobrevivência após uma overdose de paracetamol são excelentes, mas só quando o tratamento é feito de duas a seis horas após a ingestão excessiva do remédio. Se a intervenção médica demorar, há risco de lesão hepática grave e, às vezes, morte.

O relatório do governo também analisou os hábitos de compra dos consumidores do analgésico e descobriu que as pessoas tendiam a comprar embalagens maiores. As caixas com mais comprimidos forma justamente as mais usadas nos casos de superdosagem.

Na Austrália, assim como em outras partes do mundo, incluindo nos EUA,  é possível adquirir remédios de venda livre em supermercados e lojas de conveniência, além das farmácias, sem necessidade de consultar um farmacêutico.

A Administração de Produtos Terapêuticos abriu uma consulta pública para receber, até 14 de outubro, sugestões sobre a comercialização de paracetamol.