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Bem-Estar

Estudo revela aumento no uso excessivo de melatonina nos Estados Unidos

Por João Paulo Martins  em 02 de fevereiro de 2022

O hormônio é usado como suplemento por quem quer dormir, mas não existe dose recomendada ou segura

Estudo revela aumento no uso excessivo de melatonina nos Estados Unidos
(Foto: Freepik)

 

Cada vez mais adultos americanos estão tomando melatonina sem receita para dormir, e alguns deles podem estar usando em níveis perigosamente altos, alerta estudo publicado na última terça (1/1) no periódico científico JAMA Network.

Embora o uso entre a maioria da população adulta dos Estados Unidos ainda seja “relativamente baixo”, segundo a emissora americana CNN, os cientistas revelam um aumento significativo no consumo da melatonina nos últimos anos.

Em 2018, por exemplo, os americanos estavam consumindo mais que o dobro da quantidade de melatonina ingerida uma década antes. Especialistas temem que o impacto negativo da pandemia sobre o sono seja um dos principais motivos para a dependência generalizada do hormônio que induz ao sono.

No estudo recém-publicado, os pesquisadores usaram informações do banco de dados americano Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (National Health and Nutrition Examination Survey ou Nhanes) de 1999 a 2000 e de 2017 a 2018. O público avaliado (55.021 adultos) tinha idade média de 47,5 anos e era formado por 52% de mulheres.

Como os pesquisadores observaram, 93,9% dos participantes usavam melatonina por conta própria. Antes de 2005-2006, a quantidade de hormônio do sono usada pelos voluntários era inferior a 5 mg por dia. Apesar de não haver uma recomendação oficial sobre a dosagem recomendada de melatonina, o nível seguro está entre 0,5 e 5 mg/dia.

O estudo descobriu que a prevalência ponderada geral de uso do hormônio cresceu de 0,4% em 1999-2000 para 2,1% em 2017-2018.

Como mostra a CNN, o uso descontrolado de melatonina tem sido associado a dor de cabeça, tontura, náusea, cólicas estomacais, sonolência, confusão ou desorientação, irritabilidade e ansiedade leve, depressão e tremores, bem como pressão arterial anormalmente baixa. Também pode interagir com medicamentos comuns e desencadear alergias.

O hormônio, que é produzido naturalmente pelo corpo com o fim do dia e da luz solar, costuma ser um “aliado” de quem sofre com jet lag (diferença de fuso horário), que trabalha à noite e por pessoas com problemas para dormir.

É importante lembrar que, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não autoriza a comercialização de melatonina, nem sua importação direta pelo usuário.