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Bem-Estar

Estudo comprova interferência de celular e smartwatch em marcapasso

Por João Paulo Martins  em 03 de setembro de 2021

Os testes foram feitos com aparelhos iPhone 12 e Apple Watch e a interferência ocorreu quando eles estavam a uma distância máxima de 1,1 cm dos implantes

Estudo comprova interferência de celular e smartwatch em marcapasso
(Foto: Pixabay)

Há muito já se imaginava que dispositivos eletrônicos pudessem causar interferência eletromagnética em marcapassos e cardioversores desfibriladores implantáveis.

Para entender essa questão, a Food & Drug Administration dos Estados Unidos, espécie de Vigilância Sanitária, realizou seus próprios testes para avaliar os riscos dos celulares e smartwatches (relógios inteligentes) em indivíduos que usam esses aparelhos conectados ao coração.

Os resultados foram publicados no dia 25 de agosto na revista científica Heart Rhythm.

De acordo com o site americano de notícias médicas Medical News Today, marcapassos e desfibriladores implantados apresentam o chamado “modo magnético”, que é ativado pelos médicos quando necessário.

“Essencialmente, você tem diferentes camadas de marcapassos. Eles contêm uma bateria, um capacitor e o circuito de detecção e estimulação. Eles estão ligados a um fio que vai até o coração, e todos estes devem, invariavelmente, responder a um campo magnético externo”, explica o médico eletrofisiologista Nikhil Warrier, do Centro Médico Orange Coast, na Califórnia (EUA), em entrevista ao site especializado.

Os especialistas já sabem os efeitos de ímãs externos nos dispositivos médicos implantados. Até agora, no entanto, eles não sabiam que dispositivos como smartphones e smartwatches representavam um risco significativo de interferência.

No estudo recém-publicado, os pesquisadores mediram os campos magnéticos estáticos dos aparelhos iPhone 12 e Apple Watch (relógio inteligente).

Os dispositivos incluídos no estudo foram iPhone 12, iPhone 12 Pro, iPhone 12 Pro Max, iPhone 12 mini e Apple Watch 6.

Todos os dispositivos testados mostraram “campos magnéticos estáticos significativamente maiores do que 10 gauss nas distâncias de um a 11 milímetros [1,1 cm]”, que caíram abaixo de 10 quando afastados de 11 a 20 mm, informa o Medical News Today.

Quando os aparelhos de marcapassos e cardioversores desfibriladores implantáveis são desativados, podem ocorrer ritmos cardíacos anormais com risco de morte.

O site lembra que a interferência eletromagnética depende do tipo de implante e da proximidade do aparelho eletrônico.