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Bem-Estar

Demência, que causou a morte do ator Frank Pesce, pode afetar até 30% dos idosos de 85 anos

Por João Paulo Martins  em 21 de fevereiro de 2022

Doença neurológica associada ao Mal de Alzheimer não tem cura, mas remédios podem prolongar a vida dos pacientes

Demência, que causou a morte do ator Frank Pesce, pode afetar até 30% dos idosos de 85 anos
Sylvester Stallone e seu amigo Frank Pesce (Foto: Instagram/officialslystallone/Reprodução)

 

Em 6 de fevereiro, o ator americano Frank Pesce, de 75 anos, morreu em decorrência de complicações associadas à demência. Ele participou de vários filmes da década de 1980, incluindo clássicos como Top Gun: Ases Indomáveis (1986) e Um Tira da Pesada 2 (1987).

Amigo de Sylvester Stallone, Pesce participou de com quem atuou no filme Os Mercenários 3 (2014) e Creed: Nascido Para Lutar (2015).

A demência, que causou a morte do astro de Hollywood, de acordo com artigo publicado no site da Associação Médica Brasileira (AMB), pode ser definida como o comprometimento da memória associado a um prejuízo em pelo menos uma das outras funções cognitivas da linguagem, do pensamento, dos movimentos, que interferem na capacidade funcional, desempenho social ou profissional do indivíduo.

A frequência desse problema neurológico varia de 3% aos 70 anos até 20% a 30% aos 85 anos, dobrando a cada cinco anos com o aumento de idade, informa a AMB. "No Brasil, a maioria dos dados não é muito fidedigna, devido a dificuldades metodológicas nos estudos que foram realizados com esse propósito. A prevalência varia de 1,6%, na faixa de 65 a 69 anos, até 38,9%, acima de 84 anos, em população de zona urbana do interior de São Paulo", diz o artigo.

Existem vários tipos de demências:

  • Primárias: decorrentes de atrofia cortical (redução do córtex cerebral), sendo o exemplo mais comum o Mal de Alzheimer
  • Vasculares: resultam de atrofia subcortical e com a informação de ataques isquêmicos (AVC) com breve alteração da consciência
  • Secundárias: surgem a parir de outras doenças, como hipotireoidismo, Aids, consumo excessivo de álcool, deficiência de vitamina B12, sífilis, entre outras

"É fundamental uma detalhada história clínica do paciente, confirmada por algum parente, amigo ou cuidador. O diagnóstico também está baseado em uma avaliação objetiva do funcionamento cognitivo e das atividades de vida diárias. A avaliação cognitiva pode ser feita por testes de rastreamento, que, se houver necessidade, podem ser complementados por outros testes mais extensos e detalhados", explica o artigo da Associação Médica Brasileira.

 

Sintomas e tratamento

 

Segundo texto publicado pelo hospital Albert Einstein, de São Paulo (SP), os primeiros sinais do Alzheimer são a perda de memória e o comportamento alterado do indivíduo. "Não é qualquer perda de memória que devemos ficar alertas, mas àquela que se repete e começa a comprometer o dia a dia da pessoa, interferindo no funcionamento das atividades pessoais".

Com o tempo, esses esquecimentos são cada vez mais recorrentes e comprometem até questões pessoais, como nome dos filhos e netos.

"As alterações comportamentais podem ocorrer desde o início e são muito frequentes no decorrer da doença. Indivíduos com Alzheimer podem ter características depressivas, de agitação e de agressividade, ou até mesmo delírios e alucinações", alerta o hospital paulista.

Infelizmente, não há cura para a demência, mas existem medicamentos que reduzem a progressão da doença neurológica por cerca de cinco anos, permitindo uma melhor qualidade de vida.