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Bem-Estar

Cuidado ao beijar seu animal de estimação: pode pegar ou espalhar bactérias resistentes

Por Da Redação  em 07 de abril de 2022

Cientistas alertam que micro-organismos resistentes a antibióticos podem ser transferidos entre pets e seus tutores

Cuidado ao beijar seu animal de estimação: pode pegar ou espalhar bactérias resistentes
(Foto: Freepik)

 

Quando tutores deixam o cãozinho lamber o rosto deles correm o risco de espalhar bactérias resistentes a antibióticos, segundo estudo feito pela Faculdade Real de Veterinária da Universidade de Londres, no Reino Unido, e pela Universidade de Lisboa, em Portugal.

As pessoas também devem evitar beijar seus animais de estimação, não deixá-los comer comida do prato e lavar as mãos depois de acariciá-los ou recolher seus resíduos, alertam os especialistas, citados pelo jornal britânico The Telegraph.

A resistência de bactérias a antibióticos é um dos maiores problemas enfrentados pela humanidade, pois os micro-organismos que deixam de reagir a medicamentos comuns evoluem para se tornarem resistentes e, portanto, mais perigosos.

O estudo, que analisou amostras mensais de fezes de 114 pessoas saudáveis, 85 cães e 18 gatos, durante quatro meses, será apresentado no European Congress of Clinical Microbiology & Infectious Diseases (Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas), entre 23 e 26 de abril, em Lisboa.

Após análise genética das amostras, os pesquisadores descobriram que 15 pets e 15 humanos estavam carregando uma bactéria preocupante. Metade dos animais de estimação infectados tinha uma cepa resistente a antibióticos, assim como um terço das pessoas, que desenvolveram resiliência contra penicilina e outros tratamentos.

“Mesmo antes da pandemia de covid-19, a resistência aos antibióticos era uma das maiores ameaças à saúde pública porque pode tornar incuráveis doenças como pneumonia, sepse, infecções do trato urinário e feridas. Embora o nível de compartilhamento das famílias [de bactérias] que estudamos seja baixo, portadores saudáveis podem espalhar bactérias por meses e ser uma fonte de infecção para outras pessoas e animais mais vulneráveis, como idosos e mulheres grávidas”, explica a pesquisadora Juliana Menezes, da Universidade de Lisboa, principal autora do estudo, citada pelo The Telegraph.

Segundo a cientista, as bactérias estudadas foram encontradas no trato gastrointestinal e a transmissão pode ocorrer pela via fecal-oral. Portanto, boas práticas de higiene por parte dos tutores ajuda a reduzir o compartilhamento, como lavar as mãos após a coleta de dejetos dos animaizinhos ou mesmo depois de acariciá-los.