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Alimentação

Esqueça o bacon: carne processada aumenta em 18% o risco de doenças cardíacas

Por João Paulo Martins  em 21 de julho de 2021

Análise britânica de 13 estudos e outras evidências disponíveis revela que o sódio e a gordura saturada presentes nas carnes processadas são os grandes vilões

Esqueça o bacon: carne processada aumenta em 18% o risco de doenças cardíacas
(Foto: Pixabay)

Gosta de comer bacon no sanduíche? Pois é, um estudo publicado na última terça (20/7) no periódico científico Critical Reviews in Food Science and Nutrition aponta que a ingestão de carne processada pode aumentar o risco de doenças cardíacas em 18%.

Pesquisadores do departamento de Saúde da População da Universidade de Oxford, no Reino Unido, analisaram todas as evidências disponíveis, incluindo 13 estudos de saúde com mais de 1,4 milhão de participantes (até 30 anos), para estabelecer definitivamente a ligação entre a doença arterial coronariana e o consumo de carne vermelha.

Cabe ressaltar que a maioria dos voluntários era de adultos brancos que vivem na Europa ou nos Estados Unidos, sendo necessários mais dados para que os resultados sejam aplicados a outras populações.

A equipe descobriu que comer 50 g por dia de carne processada, incluindo bacon, presunto e salsicha, pode aumentar o risco de doenças cardíacas em 18% devido ao alto teor de sódio e gordura saturada.

Essa relação cai para 9% quando o consumo é de carne vermelha in natura, como as de boi, cordeiro e porco. A boa notícia é que não foi encontrada ligação entre doenças cardiovasculares e a ingestão de carnes de aves, especialmente frango e peru, que possuem baixo teor de gordura saturada.

“Sabemos que a produção de carne é um dos principais contribuintes para as emissões de gases de efeito estufa e precisamos reduzir a produção e o consumo para beneficiar o meio ambiente. Nosso estudo mostra que uma redução na ingestão de carne vermelha e processada também traria benefícios para a saúde das pessoas”, comenta a pesquisadora Anika Knüppel, coautora do estudo, citada pelo jornal britânico The Guardian.

Ela acrescenta que não até então não havia um nível seguro de consumo e, em vez disso, a recomendação dos especialistas era de se ingerir o mínimo possível, uma vez por semana.

Embora a pesquisa não tenha estabelecido as razões para essa relação, por ser observacional, os cientistas, citados pelo jornal, acreditam que a ingestão elevada de gordura saturada aumenta os níveis do colesterol ruim (LDL), enquanto o consumo excessivo de sódio aumenta a pressão arterial. Esses dois ingredientes estão presentes em grandes quantidades nas carnes processadas e são fatores de risco bem conhecidos para doenças coronarianas.

O The Guardian lembra que trabalhos anteriores da Universidade de Oxford indicaram que mesmo a ingestão moderada de carne vermelha e processada está associada a um risco aumentado de câncer de intestino.