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Saúde

Terceira dose não é necessária por enquanto, afirma estudo

Por João Paulo Martins  em 13 de setembro de 2021

Cientistas não encontram vantagem na dose de reforço para a população em geral, já que há risco de efeitos colaterais e até miocardite

Terceira dose não é necessária por enquanto, afirma estudo
(Foto: Freepik)

 

Um estudo de revisão elaborado por uma equipe internacional de cientistas e publicado nesta segunda (13/9) no jornal científico The Lancet afirma que as vacinas de reforço da covid-19 não são necessárias para o público em geral neste momento.

De acordo com a emissora americana CNBC, a pesquisa, que contou com a presença de funcionários da Food and Drug Administration dos EUA (espécie de Anvisa) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), corrobora com a informação de que a maioria das vacinas contra o novo coronavírus permanecem eficazes para evitar sintomas graves e hospitalização causadas inclusive pela temida variante Delta.

Embora a eficácia do imunizante para evitar a infecção leve possa diminuir com o tempo, a proteção contra casos graves pode persistir, afirmam os cientistas no novo estudo.

“As evidências atuais não parecem mostrar uma necessidade de reforço na população em geral, já que a eficácia contra casos graves permanece alta. A ampla distribuição de reforços não é apropriada neste estágio da pandemia”, comentam os pesquisadores, citados pela CNBC.

Eles reconhecem que as vacinas de reforço podem eventualmente ser necessárias se a imunidade induzida pelos imunizantes diminuir ainda mais ou uma nova e potente variante surgir.

O estudo alerta que aplicar terceira dose antes do necessário pode ser perigoso porque, além dos efeitos colaterais já conhecidos, pode causar uma rara inflamação do coração conhecida como miocardite, especialmente nas vacinas de RNAm.

Segundo a emissora, a Food and Drug Administration citou em agosto três estudos que mostraram que a proteção gerada pelas vacinas contra covid-19 diminuiu após vários meses. O plano da entidade prevê uma terceira dose após oito meses da segunda aplicação dos imunizantes Pfizer e Moderna (os principais autorizados nos EUA).

Porém, essa decisão, conforme a CNBC, foi criticada por cientistas e especialistas em saúde, que disseram que os dados citados pela entidade americana não eram convincentes e o impulso do governo por doses de reforço seria prematuro.

No estudo recém-publicado no The Lancet, os pesquisadores reconhecem que a terceira dose da vacina pode ser apropriada para alguns indivíduos, como os que possuem sistema imunológico enfraquecido e que não produziram uma resposta adequada após receberem as duas doses. É o caso de pacientes com câncer, portadores do vírus HIV e pessoas que receberam transplantes de órgãos.