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Saúde

Ser infectado ao mesmo tempo pelo coronavírus e pela influenza pode ajudar contra a covid-19

Por João Paulo Martins  em 13 de julho de 2022

Isso é o que mostra um estudo recém-publicado, que analisou essa coinfecção por meio de testes com cobaias

Ser infectado ao mesmo tempo pelo coronavírus e pela influenza pode ajudar contra a covid-19
(Foto: Freepik)

 

Pessoas que estejam infectadas ao mesmo tempo com o novo coronavírus (SARS-CoV-2) e com o influenza A podem não apresentar sintomas da covid-19 se a gripe tiver se instalado primeiro. Isso é o que mostra um estudo feito em cobaias e publicado na última terça (12/7) na revista científica Journal of Virology.

“A pesquisa é importante, porque a população agora tem dois vírus respiratórios de RNA que estão em circulação com alto potencial pandêmico: SARS-CoV-2 e influenza A. Como ambos os vírus infectam as vias aéreas e podem resultar em morbidade e mortalidade significativas, é imperativo que também entendamos as consequências da coinfecção”, afirmam os pesquisadores, citados pelo site americano EurekAlert.

A infecção simultânea por covid e gripe é popularmente chamada de “flurona” (junção de flu, que é gripe em inglês, e coronavírus). Notavelmente, os cientistas descobriram que o influenza A interfere na replicação do SARS-CoV-2 no pulmão e pode continuar com esse processo por mais de uma semana após o fim da gripe, revela o site americano.

“Dados sugerem a presença de fatores intrínsecos ou induzidos pelo vírus influenza A que podem restringir o crescimento do SARS-CoV-2, mas ainda não está claro se esse efeito desempenha um papel na gravidade da doença”, dizem os pesquisadores no estudo.

Para chegar a essas conclusões, os cientistas realizaram experimentos em células e em cobaias. Os animais foram infectados pelos dois vírus simultaneamente e examinados no primeiro, terceiro, quinto, sétimo e 14º dia após a instalação da infecção. Também foram feitos outros testes, nos quais as cobaias receberam um dos vírus, de forma aleatória, e três dias depois, o segundo micro-organismo. Em seguida, foram monitorados no primeiro, terceiro e quinto dias após a infecção.

A equipe demonstrou que a coinfecção não resulta em um pior desfecho da covid-19, ao menos no modelo com animais.