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Saúde

Radiação eletromagnética pode ser a causa da chamada síndrome de Havana

Por João Paulo Martins  em 03 de fevereiro de 2022

Relatório da CIA diz que muitos casos da misteriosa doença que surgiu em Cuba não possuem origem conhecida

Radiação eletromagnética pode ser a causa da chamada síndrome de Havana
(Foto: Freepik)

 

A chamada síndrome de Havana, que registrou inúmeros casos recentemente, pode ser causada por pulsos de radiação eletromagnética, de acordo com um relatório da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA que se tornou público na última quarta (2/2), revela a emissora estatal alemã Deutsche Welle.

A misteriosa síndrome foi relatada pela primeira vez em 2016, quando funcionários das embaixadas americana e canadense em Cuba relataram sintomas incomuns, incluindo dor, zumbido nos ouvidos e outros problemas. Desde então, diplomatas em todo o mundo relataram terem sido afetados.

Até o momento, nenhuma evidência foi encontrada para provar que as embaixadas tenham sido vítimas de ataques. Em janeiro, a CIA chegou a sugerir que a síndrome de Havana seria causada por ataques estrangeiros, diz a emissora.

No relatório, fruto da investigação conjunta da CIA com o Diretor de Inteligência Nacional dos EUA, é explicado que alguns dos incidentes não podem ser explicados apenas por fatores psicossociais.

 

 

Cerca de duas dúzias de casos relatados, de um total de mil, ainda não foram explicados, diz a Deutsche Welle.

O texto afirma que os sinais e sintomas dos incidentes de saúde anômalos eram “genuínos e convincentes’.

“Alguns incidentes afetaram várias pessoas no mesmo espaço, e amostras clínicas de alguns indivíduos afetados mostraram elevações precoces e transitórias em biomarcadores sugestivos de lesão das células do sistema nervoso”, informa trecho do relatório, citado pela emissora alemã.

A combinação de sintomas da síndrome de Havana “não pode ser facilmente explicada pelo ambiente ou condições médicas conhecidas”, acrescenta o texto. O relatório descobriu ainda que “pulsos de radiação eletromagnética, particularmente na faixa de radiofrequência, explica plausivelmente as principais características” da síndrome.

  

O que é a síndrome de Havana?

 

Embora claramente não haja uma definição padronizada da “doença”, aqueles que foram afetados relataram sonolência, fadiga, dores de cabeça e problemas de audição e visão.

Os casos foram relatados pela primeira vez na capital de Cuba, daí o nome da síndrome, entre diplomatas americanos e canadenses e suas famílias em 2016.

Desde então, surgiram relatos na Colômbia, Vietnã, Rússia, China, Áustria e em Berlim, na Alemanha.

Médicos que examinaram alguns dos primeiros afetados em Cuba encontraram sintomas semelhantes a uma concussão, exceto que eles não desapareceram, explica a Deutsche Welle.