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Saúde

Nova máscara facial é mais eficiente para prender o vírus da covid-19 e não afeta a respiração

Por João Paulo Martins  em 28 de setembro de 2023

Cientistas criaram um material com 93% de eficiência na captura da proteína usada pelo coronavírus para infectar os humanos

Nova máscara facial é mais eficiente para prender o vírus da covid-19 e não afeta a respiração
(Foto: University of Liverpool/Divulgação)

 

Cientistas da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, desenvolveram um novo tipo de máscara de proteção facial capaz de capturar os vírus, como o da covid-19, sem atrapalhar a respiração do usuário.

Em artigo publicado em agosto deste ano na revista científica Nature Communications, os pesquisadores mostraram que o material inovador usado na máscara chega a ser cerca de 93% mais eficiente na captura de proteínas virais, incluindo as do novo coronavírus (SARS-CoV-2), causando pouco impacto na “respirabilidade”.

Segundo o site da universidade britânica, os cientistas Peter Myers, líder do estudo, e Simon Maher têm trabalhado juntos em processos de cromatografia (técnica para analisar, identificar ou separar componentes de uma mistura) de alta eficiência, para que as proteínas “grudem” na superfície dos materiais de suporte cromatográfico.

Durante a pandemia, Myers teve um ideia e percebeu que a reversão do processo poderia gerar uma forma de absorver proteínas, especificamente a spike S1 que cobre a membrana externa do SARS-CoV-2.

Como explica o site da Universidade de Liverpool, a equipe “rearranjou” a superfície esférica da partícula de sílica usada em cromatografia para deixá-la muito “pegajosa”, a ponto de segurar a proteína spike S1 da covid-19.

Ao mesmo tempo, aumentaram a porosidade da partícula de sílica, ampliando sua área superficial para incríveis 300 m² por grama, que é aproximadamente a mesma área de uma quadra de tênis. Eles também fizeram o volume interno da esfera de sílica crescer para proporcionar uma maior capacidade de “captura” do vírus.

O novo material ainda está em fase de prova de conceito, mas os cientistas já demonstraram que ele funciona em máscaras faciais e filtros de ar, como os usados em aviões, carros e ar-condicionado.