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Saúde

Paxlovid, remédio usado para tratar casos graves de covid-19, perdeu eficácia, diz estudo

Por João Paulo Martins  em 22 de setembro de 2023

Segundo cientistas, o medicamento da Pfizer passou a ter apenas 37% de eficácia contra hospitalização e morte em infectados pelo coronavírus

Paxlovid, remédio usado para tratar casos graves de covid-19, perdeu eficácia, diz estudo
(Foto: Europa Press via AP)

 

Um estudo publicado na última quinta (21/9), no periódico científico JAMA Network Open, revela que o antiviral Paxlovid, produzido pela Pfizer, se mostrou menos eficaz na prevenção de casos graves da covid-19.

Segundo o site americano Bloomberg, o medicamento foi apenas 37% eficaz na prevenção de hospitalização ou morte em pacientes de alto risco, em comparação com os que não receberam esse tipo de tratamento. Em estudos anteriores, o fármaco da Pfizer chegou a reduzir em 89% o risco de hospitalização ou morte pela covid.

Apesar da taxa observada no estudo, os cientistas afirmam que o Paxlovid ainda é um tratamento importante, com 84% de eficácia na prevenção da morte causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

O estudo recém-divulgado analisou registros eletrônicos de saúde de 68.867 pacientes de hospitais em Cleveland e na Flórida, ambos estados americanos. Todas as pessoas participantes tinham alto risco de desenvolver complicações da covid-19.

Os estudos iniciais da Pfizer com o Paxlovid foram realizados em voluntários não vacinados, o que poderia explicar algumas das diferenças nos resultados, sugere o Bloomberg. Cabe ressaltar também que o coronavírus evoluiu desde as pesquisas iniciais que forneceram resultados mais positivos.

Apesar da menor eficácia contra hospitalização e morte no novo estudo, o antiviral ainda é “definitivamente recomendado para pacientes de alto risco”, alerta o pesquisador Danyu Lin, da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, nos EUA, principal autor do estudo, citado pelo site americano.

Na pesquisa recente, os cientistas descobriram que outro remédio, o Lagevrio, da biofarmacêutica Merck, apresentou eficácia semelhante à do Paxlovid. Mas o medicamento da Merck usa um mecanismo genético e não é recomendado para mulheres grávidas. Ainda assim, é uma alternativa para quem não pode tomar o fármaco da Pfizer, que costuma interagir com outros medicamentos, afirma Lin.

Os pacientes de alto risco que tomaram Lagevrio apresentaram 41% menos risco de hospitalização e morte em comparação com os que não fizeram esse tratamento. Estudos anteriores mostraram reduções de apenas cerca de 30%. O medicamento da Merck também foi 77% eficaz contra a morte decorrente da covid-19.