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Saúde

Mexicanos criam máscara de pano que “mata” o coronavírus

Por João Paulo Martins  em 27 de agosto de 2021

Chamada de SakCu, a proteção facial elaborada pela Universidade Nacional Autônoma do México promete inativar o causador da covid-19 em no máximo oito horas

Mexicanos criam máscara de pano que “mata” o coronavírus
A máscara SakCu, criada pela Universidad Nacional Autónoma de México, traz nanocamadas de prata e cobre capazes de “matar” o SARS-CoV-2 (Foto: Universidad Nacional Autónoma de México/Erik Hubbard/Reprodução)

Pesquisadores mexicanos afirmam ter criado uma máscara de proteção facial com nanocamadas de prata e cobre que seria capaz de matar o novo coronavírus (SARS-CoV-2). A informação foi divulgada pelo jornal mexicano Ámbito nesta sexta (27/8).

A equipe de cientistas da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), na capital mexicana, batizou a máscara de SakCu, junção da palavra maia “sak”, que significa prata, e “Cu”, que é o símbolo químico do cobre, afirma o periódico.

A nova máscara foi revelada em artigo publicado na edição da última quinta (26/8) do jornal Gaceta Unam, da instituição de ensino.

Como mostra o Ámtibo, para testar a eficácia da proteção facial, os cientistas da universidade mexicana usaram amostras de coronavírus retiradas de pacientes positivos e as colocaram em filmes de polipropileno contendo prata e cobre.

Com isso, segundo a Unam, citada pelo jornal, quando a concentração de vírus era alta, mais de 80% do SARS-CoV-2 poderiam desaparecer em cerca de oito horas. Quando a carga viral era baixa, em duas horas não havia mais traço de RNA (material genético) do causador da covid-19.

“O contato com a nanocamada de cobre faz a membrana do SARS-CoV-2 romper e danificar o RNA [do vírus]”, diz a Universidade Nacional Autônoma do México no texto recém-publicado. A instituição completa: “assim, mesmo que a SakCu seja descartada de forma inadequada, não será problema, pois não estará contaminada, ao contrário de muitas máscaras que são jogadas fora”.

No artigo publicado na Gaceta Unam, os cientistas afirmam que não há risco citotóxico (tóxico para células) e que a máscara foi confeccionada em tecidos naturais. “A máscara possui camadas externas e internas de algodão e camada intermediária filtrante de polipropileno revestida com ‘SakCu’ [prata e cobre], que pode ser lavada até 10 vezes sem perder suas propriedades biocidas”, revela.

Ainda conforme a universidade, a proteção facial tem eficiência de filtração de 50% para partículas semelhantes a aerossóis e entre 80 e 90% para partículas de 2,5 micrometros (0,0025 mm).