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Saúde

Cientistas associam bactérias na urina a câncer de próstata agressivo

Por Da Redação  em 20 de abril de 2022

Apesar da relação encontrada no estudo, pesquisadores não sabem se as bactérias é que são responsáveis pela forma agressiva do tumor que afeta os homens

Cientistas associam bactérias na urina a câncer de próstata agressivo
(Foto: Freepik)

 

Em estudo publicado na última segunda (18/4), na revista científica European Urology Oncology, cientistas afirmam que certas bactérias presentes na urina podem estar ligadas à forma agressiva de câncer de próstata.

A descoberta pode fornecer novas maneiras de detectar e até prevenir esse tumor perigoso. Ainda assim, é cedo para dizer se a bactéria é que gera o câncer, em vez de ser apenas um marcador da doença.

Como mostra a emissora estatal britânica BBC, infecções bacterianas são conhecidas por desempenhar um papel no desenvolvimento de outros tipos de tumores. A H. pylori, por exemplo, é associada ao câncer de estômago.

Os diagnósticos atuais para tumor na próstata, como exame de PSA no sangue e de toque, nem sempre são capazes de prever ser a doença será do tipo agressiva. Por isso os pesquisadores avaliaram mais de 600 voluntários com e sem câncer de próstata, para entender a utilidade da detecção de bactérias na urina.

Eles identificaram cinco tipos de micro-organismos que eram comuns em amostras de urina e de tecidos de homens cujos tumores acabaram se tornando agressivos. Todos eram bactérias que anaeróbicas, que crescem sem oxigênio, informa a BBC.

Duas das novas espécies de bactérias encontradas pela equipe receberam os nomes Porphyromonas bobii e Varibaculum próstatacancerukia.

“Entre as coisas que ainda não sabemos é como as pessoas pegam essas bactérias, se estão causando o câncer ou se uma resposta imunológica deficiente permite o crescimento delas. Mas esperamos que nossas descobertas e trabalhos futuros possam levar a novas opções de tratamento, para retardar ou impedir o desenvolvimento de câncer de próstata agressivo”, comenta a pesquisadora Rachel Hurst, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, uma das autoras do estudo recém-publicado, citada pela emissora britânica.

Os cientistas acreditam que é possível que algumas dessas bactérias produzam hormônios que impulsionam o desenvolvimento de tumores agressivos. Porém, novos estudos são necessários para estabelecer como os micro-organismos estão envolvidos no crescimento do tumor na próstata.