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Saúde

Borra de café pode virar “remédio” e ajudar a evitar demência e Parkinson, revela estudo

Por João Paulo Martins  em 21 de novembro de 2023

Cientistas criaram um composto à base de borra de café que se mostrou capaz de impedir a progressão de doenças neurodegenerativas

Borra de café pode virar “remédio” e ajudar a evitar demência e Parkinson, revela estudo
(Foto: Freepik)

 

O pó de café usado que você joga fora todas as manhãs pode ser a “chave” para evitar problemas neurodegenerativos, como a demência. Cientistas descobriram que compostos chamados pontos quânticos de carbono à base de ácido cafeico (CACQDs, na sigla em inglês), criados a partir de borra de café, podem proteger os neurônios. A descoberta foi publicada na edição de novembro da revista científica Environmental Research.

Como mostra a revista americana Newsweek, os CACQDs protegeram os neurônios contra condições neurodegenerativas quando os fatores de risco eram obesidade, idade e exposição a pesticidas e outros produtos químicos tóxicos.

“Os pontos quânticos de carbono baseados em ácido cafeico têm o potencial de serem transformadores no tratamento de doenças neurodegenerativas. Isso ocorre porque nenhum dos tratamentos atuais trata essas doenças, apenas ajudam a controlar os sintomas. Nosso objetivo é encontrar uma cura abordando as bases atômicas e moleculares que impulsionam essas condições”, comenta o pesquisador Jyotish Kumar, da Universidade do Texas em El Paso, nos EUA, um dos autores do estudo, citado pela revista.

Os cientistas realizaram experimentos com células e outros modelos associados ao Parkinson e descobriram que os CACQDs atuam como neuroprotetores, removendo os radicais livres e evitando que causassem danos, além de inibir o acúmulo da proteína amiloide, cujas placas no cérebro são indicativos de demência.

Segundo a Newsweek, os CACQDs são especialmente adequados para ajudar na prevenção das doenças neurodegenerativas porque o ácido cafeico, do qual são derivados, pode penetrar a barreira hematoencefálica e, portanto, atuar nas células do interior do cérebro. Para isso, os pesquisadores usaram os pontos quânticos, que são nanopartículas semicondutoras.

Os CACQDs foram extraídos da borra de café cozida a 200º C por quatro horas, o que torna o processo econômico e sustentável devido à abundância desse material.

Agora, os cientistas querem testar os CACQDs em modelo cobaias para analisar a capacidade do material de ultrapassar a barreira hematoencefálica.