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Saúde

Baricitinibe, remédio usado para artrite reumatoide, pode ajudar no tratamento da covid-19

Por Da Redação  em 04 de março de 2022

Os efeitos do remédio anti-inflamatório para pacientes internados com coronavírus foram avaliados por um estudo pré-publicado e ainda não revisado

Baricitinibe, remédio usado para artrite reumatoide, pode ajudar no tratamento da covid-19
(Foto: Freepik)

 

Um medicamento usado para tratar a artrite reumatoide pode ajudar a salvar a vida de pacientes com quadros graves de covid-19, segundo estudo pré-publicado na última quinta (3/3) no repositório científico online medRxiv (ainda não revisado por outros cientistas).

Os pesquisadores verificara que os benefícios podem ser obtidos mesmo quando a substância é usada em conjunto com outros fármacos.

O estudo faz parte do projeto internacional Análise Randomizada de Terapias contra Covid-19 (Randomized Evaluation of Covid-19 Therapy ou Recovery), que avaliou o baricitinibe, remédio anti-inflamatório em forma de comprimido, que pode reduzir em cerca de 20% o risco de morte em quadros graves da infecção pelo novo coronavírus.

Segundo o jornal britânico The Guardian, os cientistas descobriram que, quando associado a outros medicamentos, o risco de morte pode ser reduzido em mais de 50% – embora o número varie de paciente para paciente.

“O que temos agora é um conjunto de medicamentos que agem no sistema imunológico em diferentes níveis e de maneiras ligeiramente diferentes, dependendo do paciente e de sua condição, além de possíveis comorbidades. Podem ser usados sozinhos ou em combinação e reduzir ainda mais o risco de morte”, afirma o pesquisador Martin Landray, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, principal autor do Recovery, citado pelo periódico britânico.

A equipe analisou 4.008 pacientes hospitalizados com covid entre fevereiro e dezembro de 2021 que receberam tratamentos padrões, incluindo oxigenação, os anti-inflamatórios dexametasona e tocilizumabe (administrado por via intravenosa) e o antiviral remdesivir.

Os resultados desses tratamentos foram comparados com os de 4.148 pacientes que receberam baricitinibe por até 10 dias, além dos cuidados habituais.

O estudo pré-publicado e ainda não revisado revela que 546 participantes que receberam cuidados habituais morreram após 28 dias da hospitalização e 513 pacientes tratados com baricitinibe também faleceram.

“Esse resultado foi consistente em toda a ampla gama de pessoas que estudamos, jovens e idosos, homens e mulheres”, comenta Landray ao The Guardian. Ainda conforme o pesquisador, quem recebeu baricitinibe apresentou maior probabilidade de receber alta nos primeiros 28 dias de internação, embora a proporção desse efeito fosse considerada pequena.

Os cientistas, citados pelo jornal britânico, afirmam que, quando as descobertas do Recovery foram comparadas com ensaios que avaliaram menos participantes, descobriram que o baricitinibe reduziu em cerca de 20% o risco de morte em pacientes hospitalizados devido ao coronavírus.

A vacinação dos pacientes e o momento em que participaram do estudo, que pode abranger diferentes variantes da covid-19, parece que não afetaram os resultados, na avaliação dos pesquisadores.

Como mostra o The Guardian, embora o uso prolongado de baricitinibe tenha sido associado a aumento de infecções e coágulos no sangue, o estudo atual diz não ter encontrado sinais desses perigosos efeitos colaterais nos 10 dias de tratamento.