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Ciência

Três raças de cachorros são mais propensas a câncer no sangue

Por João Paulo Martins  em 01 de abril de 2021

Bernese, rottweiler e golden retriever possuem mutações genéticas que aumentam o risco de tumores sanguíneos, segundo novo estudo

Três raças de cachorros são mais propensas a câncer no sangue
(Foto: Pixabay)

Estudo publicado nesta quinta (1/4) na revista científica PLOS Genetics revela que seis genes determinam o risco de cânceres no sangue em cachorros e as três raças mais suscetíveis são: bernese, rottweiler e golden retriever.

Os cientistas sequenciaram o DNA extraído de amostras de sangue retiradas de cães dessas raças, incluindo 172 animais diagnosticados com sarcoma histiocítico (tipo raro de tumor sanguíneo) e 128 saudáveis.

A análise do material genético identificou cinco regiões cromossômicas que aumentaram o risco do sarcoma nos cachorros bernese, rottweiler e golden retriever. Cada uma dessas regiões respondeu por 5 a 15% dos casos, o que pode influenciar indiretamente o risco de câncer, segundo os pesquisadores.

Mutações genéticas associadas ao tumor

Os pets com cinco ou mais dessas variantes genéticas possuem um risco elevado de desenvolver câncer no sangue durante a vida. O estudo expandiu os achados, incluindo sequências de DNA de cachorros diagnosticados com dois outros tipos de câncer do sangue. Com isso, os cientistas descobriram que três das cinco regiões cromossômicas associadas ao sarcoma histiocítico tinham efeitos “multitumor”, aumentando o risco de linfomas, osteossarcomas em rottweilers e mastocitose em berneses e golden retrievers.

Os autores esperam que os resultados possam ajudar a entender os efeitos desse sarcoma em humanos, já que existem poucas ferramentas de diagnóstico para ele, além de tratamentos limitados.

“O estudo aproveitou as predisposições das raças de cães para decifrar as bases genéticas do sarcoma histiocítico, um câncer humano raro. Nós mostramos que o risco de desenvolver esse tumor resulta do acúmulo de mutações genéticas de várias regiões cromossômicas ligadas à função do sistema imunológico e à predisposição de diferentes cânceres”, afirmam os autores no artigo recém-publicado.