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Ciência

Sensor implantado na pele pode medir doenças e efeito de remédios

Por João Paulo Martins  em 02 de maio de 2021

Estudo realizado na Alemanha cria um implante de nanopartículas de ouro que apresentou ótimo resultado em teste com ratos

Sensor implantado na pele pode medir doenças e efeito de remédios
(Foto: Shutterstock)

Cientistas alemães criaram um sensor que pode ser implantado no corpo e detectar mudanças químicas no organismo para monitorar doenças ou resultado de tratamentos.

Atualmente, sensores implantáveis não podem permanecer no corpo por muito tempo, pois tendem a ser rejeitados após alguns dias ou se tornam menos eficazes com o tempo.

Agora, pesquisadores da Universidade Johannes Gutenberg, em Mainz, na Alemanha, desenvolveram um sensor que pode permanecer no corpo por vários meses.

Ele é baseado em nanopartículas de ouro que são modificadas com receptores para moléculas específicas. Ele é inserido num tecido artificial e, em seguida, implantado sob a pele.

Tecnologia de ponta

Como mostra o estudo publicado no final de março na revista científica Nano Letters, as nanopartículas de ouro reagem às mudanças em seu entorno alterando sua cor. A equipe explorou esse conceito para criar o implante.

“Nosso sensor é como uma tatuagem invisível, não muito maior que um centavo de libra [1,9 cm] e mais fino que um milímetro”, afirma o pesquisador Carsten Soennichsen, um dos autores do estudo, citado pelo site da universidade alemã.

Na pesquisa recém-divulgada, os cientistas implantaram sensores sob a pele de ratos sem pelos. As mudanças de cor dos implantes foram detectadas depois que as cobaias receberam várias doses de um antibiótico.

A alteração de cor das nanopartículas de ouro foi detectada através da pele usando um dispositivo não invasivo. O sensor permaneceu estável e operacional por vários meses, de acordo com o artigo da Universidade Johannes Gutenberg.

“Como as nanopartículas podem ser facilmente revestidas com vários receptores diferentes, são uma plataforma ideal para sensores implantáveis”, explica a pesquisadora Katharina Kaefer, coautora do estudo, também citada pelo site da instituição de ensino.

Os cientistas afirmam que, no futuro, sensores baseados em nanopartículas de ouro podem ser usados para monitorar biomarcadores ou substâncias presentes no corpo, tornando-os úteis para o desenvolvimento de medicamentos, pesquisa médica, gerenciamento de doenças crônicas ou medicina personalizada.