Ciência
Objeto inédito da Via Láctea que pulsa a cada 18,18 minutos não é extraterrestre
Cientistas acreditam que a estranha fonte de radiofrequência pode ser um magnetar ou uma estrela anã branca
![Objeto inédito da Via Láctea que pulsa a cada 18,18 minutos não é extraterrestre](https://cdn.trendsbr.com.br/uploads/noticias/2022/01/31/3ewhluc18ts04.jpg)
Pesquisadores descobriram um estranho objeto giratório pulsando na Via Láctea. Diferente de tudo que os astrônomos já observaram, a descoberta foi descrita no estudo publicado na última quarta (26) na revista científica Nature.
Segundo o site americano de notícias científicas Phys.org, o objeto, observado pela primeira vez por um estudante universitário trabalhando em sua tese de graduação, libera um enorme pulso de radiofrequência três vezes a cada hora.
O pulso surge “a cada 18,18 minutos, como um relógio”, comenta a astrofísica Natasha Hurley-Walker, da Universidade Curtin, da Austrália, que liderou o estudo, citada pelo site.
A investigação usou o telescópio Murchison Widefield Array, localizado na Austrália Ocidental, e que trabalha com sinais de rádio de baixa frequência.
Embora existam outros objetos no Universo que “ligam e desligam” a emissão de radiofrequência, como os pulsares, os cientistas firmam que o intervalo de 18,18 minutos é algo nunca observado.
Encontrar esse objeto foi “meio assustador para um astrônomo”, diz Hurley-Walker, “porque não há nada conhecido no céu que faça isso”.
De acordo com o Phys.org, a equipe, agora, está trabalhando para entender a natureza dessa descoberta. Após as primeiras análises, conseguiram estabelecer alguns fatos: o objeto está a cerca de 4.000 anos-luz da Terra, é incrivelmente brilhante e tem um campo magnético extremamente forte.
“Se você fizer toda a matemática, descobrirá que ele não deveria ter energia suficiente para produzir esse tipo de onda de rádio a cada cerca de 20 minutos. Isso simplesmente não deveria ser possível”, comenta Natasha Hurley-Walker, citada pelo site especializado.
O objeto pode ser algo que só existia em teoria, mas que nunca havia sido observado, o chamado “magnetar de período ultralongo”. Também pode ser uma estrela anã branca, remanescente de outra que entrou em colapso.
“Mas isso também é bastante incomum. Nós só conhecemos um pulsar de anã branca, e nada tão grande quanto esse. Claro, pode ser algo em que nunca pensamos, algum tipo inteiramente novo de objeto”, diz a cientista.
Apesar de parecer que essa fonte de radiofrequência poderia ser de origem extraterrestre, a equipe de pesquisadores observou o sinal em uma ampla gama de frequências.
“Isso significa que deve ser um processo natural e não um sinal artificial”, afirma Hurley-Walker, segundo o Phys.org.