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Ciência

Micróbio marinho pode ser a chave para reduzir o gás carbônico da atmosfera

Por Da Redação  em 14 de março de 2022

Cientistas encontraram uma espécie que usa carbono da água do mar para capturar presas

Micróbio marinho pode ser a chave para reduzir o gás carbônico da atmosfera
(Foto: Freepik)

 

Cientistas australianos descobriram um novo e minúsculo “predador” marinho que é capaz de retirar carbono da água de forma natural.

No estudo publicado nesta segunda (14/3) na revista científica Nature Communications, os cientistas afirmam que o micróbio unicelular pode ser “uma arma secreta na batalha contra as mudanças climáticas”, à medida que os oceanos ficam mais quentes e ácidos.

Segundo a equipe da Universidade de Tecnologia de Sidney, na Austrália, o “predador” poderia ser cultivado e liberado na natureza para ajudar a reduzir os efeitos das emissões de carbono – normalmente na forma de gás carbônico (CO²).

De acordo com a emissora australiano Sky News, o micróbio usa a fotossíntese e secreta um muco rico em carbono que atrai e prende outros micro-organismos. Em seguida ele come algumas dessas presas e a substância pesada e rica em carbono vai para o fundo do oceano.

“A maioria das plantas terrestres usa nutrientes do solo para crescer, mas algumas, como a dioneia, ganham nutrientes adicionais capturando e consumindo insetos. Da mesma forma, micróbios marinhos que fazem fotossíntese, conhecidos como fitoplâncton, usam nutrientes dissolvidos na água do mar para crescer. No entanto, nosso organismo de estudo, Prorocentrum balticum, é um mixotrófico [transforma algo inorgânico em alimento], então, também é capaz de comer outros micróbios para obter uma concentração de nutrientes, como tomar um multivitamínico”, explica a pesquisadora Michaela Larsson, principal autora do estudo, citada pela emissora.

Os cientistas acreditam que essa espécie pode ser extremamente significativa para entendermos o papel dos oceanos no equilíbrio da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera.

Segundo a Sky News, a estimativa é que o micro-organismo, que foi isolado na costa de Sidney, seja capaz de retirar até 1,5 milhão de toneladas de carbono por ano.

Estudos sugerem que, para atingir as metas climáticas, a humanidade precisará encontrar uma maneira de remover 10 bilhões de toneladas de CO² da atmosfera todos os anos até 2050.