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Ciência

Estudo associa doença da arranhadura do gato à esquizofrenia

Por João Paulo Martins  em 27 de março de 2021

O transtorno psicológico seria resultado da infecção causada pela bactéria Bartonella

Estudo associa doença da arranhadura do gato à esquizofrenia
(Foto: Pixabay)

A bactéria Bartonella, conhecida por causar a doença da arranhadura do gato, é encontrada com mais frequência no sangue de pessoas com esquizofrenia do que naquelas que não possuem o transtorno mental, afirmam cientistas.

O estudo foi publicado dia 15 de março na revista científica Vector-Borne and Zoonotic Diseases e avaliou um pequeno grupo de voluntários, o que demanda novas pesquisas. Ainda assim, contribui para a hipótese de que a infecção causada pela Bartonella pode causar problemas neurológicos.

“Nossa pesquisa, até o momento, continua apoiando o papel das espécies de Bartonella como causa ou co-fator de doença neuropsiquiátrica. Há muito trabalho a ser realizado para esclarecer esses resultados preliminares”, afirma o pesquisador Edward Breitschwerdt, da Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA), um dos autores do estudo, citado pelo jornal americano New York Post.

De acordo com o periódico, Breitschwerdt trabalhou anteriormente num estudo sobre um garoto de 14 anos morador dos Estados Unidos que repentinamente começou a apresentar sintomas semelhantes aos da esquizofrenia após ser arranhado pelo gato de estimação.

“Historicamente, antes do início dos sintomas psiquiátricos, o menino era social, atlético e academicamente ativo, como evidenciado pela participação em competições nacionais de geografia e história, ganhando um prêmio em esgrima e alcançando excelentes notas”, diz trecho do estudo de 2019 realizado por Edward Breitschwerdt sobre o caso do menino e publicado no jornal Journal of Central Nervous System Disease.

Segundo o trabalho científico, certa vez, o jovem ficou preso por uma semana numa instituição psiquiátrica por dizer que era “filho maldito do diabo”. Com isso, os médicos começaram a vasculhar os registros hospitalares do garoto, na esperança de obter respostas para o comportamento bizarro dele.

Depois de anos de internações, os especialistas descobriram que, na verdade, o menino estava sofrendo de uma infecção por Bartonella. Depois de receber antibióticos para tratar a doença, ele apresentou uma recuperação “total”, esclarece o estudo de 2019.