Crânio de tigre-dente-de-sabre é descoberto durante obra em casa na Argentina

Um crânio de um animal carnívoro que viveu há cerca de 10.000 anos foi encontrado na última terça (10/1) durante a construção de uma casa na rua 60, entre as ruas 125 e 127, na cidade de Necochea, na província de Buenos Aires, na Argentina.

Segundo o site argentino Infobae, uma equipe de paleontólogos chegou de Mar del Plata, e a diretora do Museu de Necochea, Águeda Caro Petersen, ficou responsável pela pesquisa e avaliação do espécime.

A arqueóloga Águeda Caro Petersen afirma que “agora está sendo feita a pré-escavação para a avaliação de um crânio que seria o de um ‘tigre-dente-de-sabre’ [Smilodon populator], pelo que entendemos ser uma descoberta muito importante para a região e até para do mundo, porque são mamíferos carnívoros que não aparecem com frequência”.

“Entramos em contato com o paleontólogo Matías Taglioretti, que veio do Museu Municipal de Ciências Naturais Lorenzo Scaglia, em Mar del Plata, para trabalhar junto conosco e com o próprio município por meio das áreas vinculantes, e assim apoiar este tipo de trabalho científico e escavações", afirma a arqueóloga ao Infobae.

Segundo ela, descobertas como essa são extraordinárias para a ciência, especialmente por envolver os chamados megamamíferos, já extintos. “Embora no museu tenhamos parte da coleção desses mamíferos, neste caso específico, é algo importante a ponto de virar notícia em todo o mundo”, completa Águeda Petersen.

Como mostra o site argentino, o crânio de Smilodon populator descoberto em Necochea corresponde ao maior felino que existiu na Terra.

“São felinos que conseguiram atingir tamanhos grandes porque as presas de que se alimentavam naquela época, e estamos falando da última era glacial, eram animais gigantescos agrupados no que conhecemos sob o nome de megafauna”, explica Matías Taglioretti.

O especialista conta ainda que foi encontrada a parte mais importante, o crânio, junto a uma presa dente-de-sabre. A escavação continua para tentar identificar outras partes, se houver. “As patas dianteiras articuladas estão aparecendo nas laterais e conseguimos encontrar uma ligação entre o que seria o crânio e o resto do corpo, então há uma grande probabilidade de que esse material seja muito completo, o que torna o achado muito mais importante e particular”, diz Taglioretti ao Infobae.

O Smilodon populator possuía dentes caninos em forma de sabre que se projetavam até 25 cm para fora da boca. Essas “armas” ajudavam a perfurar o couro grosso e as carapaças duras dos grandes mamíferos que serviam de presas. Infelizmente, como apenas seu esqueleto é conhecido pelos paleontólogos, ainda se sabe pouco sobre como o passado desse megafelino.