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Ciência

Cientistas descobrem os pontos fracos de mais de 700 tipos de câncer

Por João Paulo Martins  em 20 de maio de 2021

Foram identificados os genes essenciais para a sobrevivência de alguns tumores, o que abre caminho para tratamentos mais eficazes

Cientistas descobrem os pontos fracos de mais de 700 tipos de câncer
(Foto: Freepik)

Pesquisadores da Universidade Queen’s de Belfast, no Reino Unido, descobriram os pontos fracos, conhecidos como “tendão de Aquiles”, de mais de 700 tipos de células cancerosas.

A descoberta das “vulnerabilidades” dos tumores, usando tecnologia de DNA e análise por computador de grandes volumes de dados genéticos, pode levar a novos tratamentos, mais eficazes, numa espécie de “oncologia de precisão” aprimorada, afirmam os cientistas.

Essas drogas poderiam até ser usadas no combate a alguns tipos de câncer que são resistentes aos tratamentos atuais, de acordo com o estudo publicado na última segunda (17/5) na revista científica Nucleic Acids Research.

“Compreender as impressões digitais moleculares do câncer pode levar à maior precisão no direcionamento dos medicamentos usados nos pacientes, tornando-os mais eficazes. Nosso trabalho dá um passo em direção a tratamentos mais eficazes e personalizados, em última análise, salvando vidas”, afirma o pesquisador Ian Overton, um dos autores do estudo, citado pelo site da Universidade Queen’s de Belfast.

Descobrindo o “tendão de Aquiles”

Como mostra a pesquisa, os tumores normalmente realizam mutações que podem deixar  pontos fracos genéticos, os “tendões de Aquiles”. Por exemplo, apesar de alguns cânceres se tornarem mais perigosos ao sofrerem mutação e interromper genes protetores chamados supressores de tumor, isto faz com que o próprio câncer fique dependente de um gene reserva.

Portanto, a ideia do estudo recém-publicado é justamente atacar esse gene reserva para matar as células cancerosas.

Os cientistas identificaram milhares de genes reservas em mais de 700 tipos diferentes de células cancerosas.

Eles disponibilizaram os resultados numa rede de dados genômicos, permitindo o compartilhamento desses ricos recursos para a comunidade científica de todo o mundo, com o objetivo de acelerar o progresso das pesquisas sobre o câncer.