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Ciência

Cientistas confirmam que a Lua se originou da colisão de um corpo celeste contra a Terra

Por João Paulo Martins  em 18 de agosto de 2022

A confirmação foi possível graças à análise de fragmentos lunares obtidos de meteoritos descoebrtos na Antártida

Cientistas confirmam que a Lua se originou da colisão de um corpo celeste contra a Terra
(Foto: Freepik)

 

Um estudo publicado na edição de agosto da revista científica Science Advances confirma a teoria de que nossa Lua teria se originado de uma colisão da Terra com um corpo celeste de dimensões semelhantes às de Marte. Conhecida como “impacto gigante”, essa afirmação diz que o satélite natural teria sido criado a partir da fusão de detritos provenientes do manto terrestre.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Federal Suíço de Tecnologia (ETH Zurich) a partir da análise de seis amostras (vidros vulcânicos) de meteoritos lunares obtidas pela Nasa na Antártida em meados dos anos 2000. O material ajudou os cientistas a entenderem como o impacto da Terra com o objeto espacial, semelhante a Marte, criou um “ disco circumterrestre”, também conhecido como “sinestia”, cujos materiais serviram de base para a formação da Lua, que cresceu e se condensou rapidamente, segundo o site americano Science Daily.

Durante sua formação, os pesquisadores acreditam que nosso satélite natural foi nutrido por elementos como olivina e apatita, dois tipos de minerais rochosos presentes na Terra e que também estavam nas amostras lunares usadas no estudo. Os cientistas descobriram ainda que a água existente na Lua seria proveniente  de meteoritos do tipo condrito, não metálicos, que faziam parte do disco de detritos (sinestia).

Segundo Patrizia Will, principal autora do estudo, citada pelo Science Daily, a vantagem de trabalhar com vidros vulcânicos lunares é que foi possível identificar as impressões químicas, ou assinaturas isotópicas, dos gases hélio e neon, materiais formados pelo Sol, nativos do nosso planeta, e que foram herdados pela Lua.

“Encontrar gases solares, pela primeira vez, em materiais basálticos na Lua que não estão relacionados a nenhuma exposição na superfície lunar foi um resultado muito emocionante”, diz a cientista.

Como mostra o site americano, só foi possível chegar a essas conclusões porque os fragmentos analisados no estudo, os vidros vulcânicos lunares, foram coletados na Antártida e não na superfície da Lua, que sofre as consequências da exposição constante à radiação solar, por não ter atmosfera para protegê-la.

De acordo com os pesquisadores, a hipótese do “impacto gigante” se mostra bastante viável e o próximo passo será desvendar como o nosso planeta obteve os gases que herdou da Lua. Por enquanto, eles acreditam que tenham surgido de cometas e asteroides do Sistema Solar.