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Ciência

Japoneses criam edifícios que geram gravidade artificial para serem usados na Lua e em Marte

Por João Paulo Martins  em 12 de julho de 2022

As estruturas futuristas poderão ajudar na manutenção da saúde dos ossos dos astronautas nessas missões espaciais

Japoneses criam edifícios que geram gravidade artificial para serem usados na Lua e em Marte
As edificações pensadas para missões a Marte e à Lua usam força centrípeta para gerar gravidade similar à da Terra (Foto: Kajima Corporation/Divulgação)

 

Pesquisadores japoneses criaram um projeto de edifícios de gravidade artificial para serem instalados na Lua e em Marte, o que poderia ajudar a reduzir os riscos à saúde dos humanos nas futuras missões.

Segundo a emissora britânica Sky News, as estruturas foram pensadas após um estudo ser publicado em 30 de junho na revista científica Scientific Reports reportando que astronautas podem sofrer perda óssea significativa em ambientes de baixa gravidade.

O problema é que apenas cerca de 50% dessa perda óssea foi recuperada um ano depois que os astronautas retornaram à Terra. Isso poderia ser um problema para futuras missões a Marte e à Lua.

Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, e da empresa japonesa de arquitetura e engenharia Kajima Corporation propuseram a criação de gigantescas estruturas rotativas que criariam o efeito da gravidade semelhante à da Terra por meio da força centrípeta (aponta para o centro do movimento circulatório).

 

Japoneses criam edifícios que geram gravidade artificial para serem usados na Lua e em Marte
(Foto: Kajima Corporation/Divulgação)

 

Conforme a Sky News, os cientistas propõem a construção de uma instalação viva na Lua chamada Lunar Glass, que terá cerca de 400 m de altura e completará uma rotação completa a cada 20 segundos. Uma instalação semelhante chamada Mars Glass é proposta para Marte.

As imagens em 3D das edificações parecem com a estação espacial apresentada no filme de ficção científica Elysium (2013), com Matt Damon e Wagner Moura, embora em escala muito menor.

Vários andares dos edifícios rotativos são cercados por água líquida e terra com árvores, criando um mini-bioma com ciclos de água e carbono para sustentar as populações humanas. Além disso, os pesquisadores propuseram um sistema de transporte chamado Hexatrack, que mantém a gravidade semelhante à da Terra.

São vagões do trem independentes que são injetados em estações e depois inseridos em uma cápsula hexagonal rotativa que também gera força centrípeta enquanto viaja pelo planeta.

Esse tipo de movimento rotacional que simula gravidade já é usada em testes de força G no treinamento de astronautas e pilotos de caças.

Além do Elysium, Interestelar (2014) e 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968) apresentam espaçonaves que giram para criar gravidade artificial. Porém, atualmente, não existe nenhuma espaçonave que tenha sido projetada para simular esse efeito.

Os pesquisadores da Universidade de Kyoto e da Kajima Corporation, citados pela Sky News, alertam que a construção dessas edificações em tamanho real levaria cerca de 100 anos, embora esperem construir uma versão “simplificada” na Lua até 2050.