Ciência
Astrônomo amador filma segundo maior impacto ocorrido em Júpiter nos últimos 10 anos
As imagens do clarão, equivalente à famosa destruição ocorrida nas florestas de Tunguska, em 1908, foram registradas em agosto deste ano
O astrônomo japonês Ko Arimatsu, da Universidade de Kyoto, recebeu um e-mail intrigante em agosto, com imagens de um flagrante de clarão na atmosfera de Júpiter. Após análises, ele descobriu que o conteúdo registrado por um astrônomo amador é um dos maiores impactos já filmados no planeta gigante gasoso.
Arimatsu, que dirige um programa de observação para estudar o Sistema Solar exterior usando equipamento astronômico de quintal, recebeu outros seis relatos do flash em 28 de agosto. Segundo o astrônomo, citado pelo jornal americano The New York Times, esse é um dos maiores clarões já registrados em Júpiter por câmeras instaladas na Terra.
Flashes como esses são causados por asteroides ou cometas presentes nas bordas do Sistema Solar e que acabam impactando na atmosfera do planeta gigante gasoso. “A observação direta desses corpos é virtualmente impossível, mesmo com telescópios avançados”, comenta Ko Arimatsu. Mas a gravidade de Júpiter os atrai, e eles eventualmente acabam colidindo com o planeta, “criando uma ferramenta única e inestimável para estudá-los diretamente”, diz o cientista ao jornal.
De acordo com as análises iniciais de Arimatsu, o clarão relatado em agosto teve um impacto comparável à explosão de Tunguska em 1908, na Sibéria, Rússia, que os especialistas acreditam ter sido causada por um asteroide que destruiu 2.070 km² de florestas. Esse é o segundo evento flagrado em Júpiter, nos últimos 10 anos, com tanta energia, revela o astrônomo japonês. O primeiro foi relatado em 2021 e tinha energia estimada de dois megatons de TNT – equivalente a 111 bombas atômicas lançadas em Hiroshima, no Japão, em 1945.