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Ciência

Após ser atingido por forte explosão solar, cometa Nishimura perde a cauda

Por João Paulo Martins  em 29 de setembro de 2023

Imagens feitas pela sonda espacial STEREO-A, da Nasa, mostram o objeto sendo varrido pela ejeção de massa coronal do Sol

Após ser atingido por forte explosão solar, cometa Nishimura perde a cauda
Cometa C/2023 P1 (Nishimura) teve a cauda varrida por um forte vento solar (Foto: Instagram/kennettphotography/Reprodução)

 

O cometa C/2023 P1 (Nishimura) chamou a atenção da mídia após se aproximar da Terra no começo de setembro deste ano. Agora, ele voltou a ser alvo das atenções por ter sido atingido por uma forte ejeção de massa coronal do Sol e perder sua cauda.

O curioso incidente astronômico foi capturado pela câmera da sonda espacial Solar Terrestrial Relationships Observatory (STEREO-A), da Nasa. As imagens mostram a “nuvem” de plasma atingindo Nishimura e “empurrando” a cauda do cometa (poeira e gás).

Como lembra o site americano Live Science, o corpo celeste foi visto pela primeira vez em 12 de agosto pelo astrônomo amador japonês Hideo Nishimura. A sua trajetória inicialmente sugeria que poderia ser um objeto interestelar, como o famoso Oumuamua, que deixaria o Sistema Solar depois de passar pelo Sol. No entanto, observações posteriores revelaram que o cometa se originou na Nuvem de Oort – região que fica depois de Netuno e é cheia de cometas e outros objetos gelados – e tem uma órbita altamente elíptica, que faz com que se aproxime do centro do Sistema Solar aproximadamente a cada 430 anos.

 

Após ser atingido por forte explosão solar, cometa Nishimura perde a cauda
Imagens do cometa Nishimura perdendo a cauda foram capturadas pela sonda STEREO-A, da Nasa (Foto: Nasa/NRL/Karl Battams)

 

Em 12 de setembro, o cometa Nishimura atingiu seu ponto mais próximo da Terra, passando a 125 milhões de km do nosso planeta, ou cerca de 500 vezes a distância média até a Lua. Nos dias anteriores, o corpo celeste esteve visível perto do horizonte pouco antes do nascer do Sol e pouco depois do entardecer, o que gerou fotos impressionantes do cometa gelado em tons esverdeados cruzando o céu noturno.

Em 17 de setembro, o cometa atingiu sua distância mínima do Sol, conhecida como periélio, passando a 33 milhões de km da nossa estrela. Esse tipo de encontro próximo pode muitas vezes fazer com que esse tipo de objeto astronômico queime e se quebre. Mas os astrônomos logo descobriram que Nishimura havia sobrevivido à manobra.

Quando o cometa começou a se afastar do Sol, ele passou na frente da espaçonave STEREO-A. Então, em 22 de setembro, o Sol expeliu uma enorme onda de plasma, ou gás ionizado, originada de uma forte explosão de vento solar, revela o Live Science. Essa emissão arrasou com a cauda do Nishimura. Mas a perda do material é temporária e “totalmente inofensiva” para o cometa, de acordo com o site. Após esse evento, a cauda crescerá novamente à medida que mais poeira e gás forem expelidos do cometa.