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O “serial killer” Lázaro é satanista?

Por João Paulo Martins  em 16 de junho de 2021

Entenda como o satanismo moderno nada tem a ver com os crimes cometidos por Lázaro Barbosa de Sousa no Distrito Federal e em Goiás

O “serial killer” Lázaro é satanista?
(Foto: Facebook/thesatanictemple/Reprodução)

Segundo informação divulgada pela Polícia Militar de Goiás e citada pelo portal Metrópoles, o “serial killer” Lázaro Barbosa de Sousa, de 31 anos, que vem cometendo crimes desde 2007, alega estar possuído por um espírito e que seria integrante de uma seita satânica.

Um artigo publicado no site americano HowStuffWorks? (Como as Coisas Funcionam?) mostra que os satanistas modernos podem realizar rituais baseados nas doutrinas da Igreja de Satanás, ou simplesmente endossar e seguir filosofias satânicas.

Muitos adoram Satanás como uma divindade e acreditam que ele afete diretamente o mundo com seus “poderes”. Porém, supostos satanistas como Lázaro são tão consumidos pela alienação que realizam atos hediondos como tortura, assassinato, estupro e mutilação em nome de uma “magia negra”. Eles são realmente influenciados pelo “inimigo de Deus” ou trata-se de uma questão psicológica?

O satanismo moderno ou LaVeyano (fundado em 1966 pelo músico e ocultista americano Anton LaVey) é fortemente ateísta e anticristão, explica o site especializado, considerando as igrejas autoritárias e repressivas à “natureza animal” do homem.

“Para os LaVeyanos, Satanás é um símbolo pré-cristão de interesse próprio e rejeição do controle, não uma entidade. É a força ‘negra’ da natureza que representa o mundano e terreno, e os satanistas são suas próprias divindades. A igreja satânica enfatiza indulgência, vingança, autonomia, responsabilidade própria e vida exaltante”, afirma o artigo publicado pelo HowStuffWorks?

Existem rituais na ideologia de LaVey baseados na “Bíblia Satânica”, que supostamente levam à autoconsciência, aceitação da carnalidade ou manipulação psicológica do “alvo” do ritual, embora o texto que eles seguem deixe em aberto a possibilidade de que existam forças além da explicação humana.

“Anton LaVey rejeitou expressamente a ideia de que o sacrifício de sangue deveria ser usado em qualquer ritual, e a igreja rejeita ferir animais e crianças”, diz o site.

O HowStuffWorks? Ressalta que existem criminosos que usam o satanismo para justificar seus atos, mas são “poucos e raros”. Assassinatos foram cometidos em nome de Satanás, como se ele os incitasse a matar e aprovasse essas ações. Porém, a explicação mais lógica é que doenças mentais, especialmente a esquizofrenia, fazem com que certas pessoas ouçam vozes, que acabam sendo atribuídas ao diabo.

“Quase todo caso de assassinato com influência satânica foi associado a alguma doença mental ou ato impulsivo com a intenção de aterrorizar as vítimas. Esses assassinatos ‘satânicos’ isolados são certamente aterrorizantes, então é compreensível que gere pânico satânico. E não é surpresa que filmes e romances sobre satanistas assassinos sejam populares”, informa o artigo do site especializado.

Portanto, os crimes cometidos pelo “serial killer” Lázaro, considerado um psicopata, nada tem a ver com a filosofia satânica moderna.