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Bem-Estar

Qualquer inflamação no corpo pode causar depressão, segundo estudo

Por João Paulo Martins  em 14 de maio de 2021

Cientistas encontraram a proteína PCR no sangue de voluntários com transtorno depressivo maior

Qualquer inflamação no corpo pode causar depressão, segundo estudo
(Foto: Freepik)

A inflamação, que é uma reação natural do corpo no combate a infecções, também pode ser uma característica chave da depressão, de acordo com estudo publicado nesta sexta (14/5) no jornal científico American Journal of Psychiatry.

Pesquisadores da universidade King’s College de Londres, no Reino Unido, descobriram que voluntários com depressão têm níveis mais elevados da proteína c-reativa (PCR, associada a processos inflamatórios) em seus corpos em comparação com pessoas sem o transtorno depressivo maior.

Isso foi verificado pelos cientistas mesmo quando foram levados em consideração fatores como problemas de saúde, comportamentos prejudiciais ou histórico socioeconômico. Eles afirmam que suas descobertas podem ajudar a criar novos tratamentos direcionados para doenças mentais.

“Nossa análise em grande escala de dados removeu antecedentes socioeconômicos, problemas de saúde, hábitos pouco saudáveis, bem como predisposição genética para disfunção imunológica como as únicas explicações para a relação entre depressão e inflamação”, afirma o pesquisador Carmine Pariante, um dos autores do estudo, citado pela versão britânica do portal Yahoo!

Inflamação afetando o comportamento

Na inflamação, o sistema imunológico entra em ação para ajudar o corpo a lutar contra coisas que o prejudicam, como infecções, lesões e toxinas. Mas também pode desempenhar um papel fundamental na regulação do comportamento e mudar o cérebro para o “modo de doença”, afirmam os cientistas da King’s College de Londres.

Para o estudo, foram analisadas 86.000 pessoas que participam do banco de dados UK Biobank, que inclui informações genéticas, amostras de sangue e questionários de saúde física e mental de cerca de meio milhão de britânicos.

Quase um terço (31%) dos participantes incluídos no estudo foram classificados como tendo transtorno depressivo maior.

A análise do sangue mostrou que aqueles que estavam deprimidos tinham níveis elevados da proteína C-reativa (PCR), que é um importante marcador de inflamação.

A equipe também descobriu uma associação entre o risco genético de depressão e inflamação, mas alerta que essa ligação vem principalmente dos hábitos alimentares e do tabagismo.