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Bem-Estar

Novo estudo associa adoçantes artificiais ao maior risco de câncer

Por Da Redação  em 04 de abril de 2022

Pesquisadores analisaram o consumo de aspartame e acessulfame-K e o aparecimento de tumores em mais de 100.000 franceses

Novo estudo associa adoçantes artificiais ao maior risco de câncer
(Foto: Freeimages)

 

Um estudo publicado no final de março na revista científica PLOS Medicine revela que a ingestão de adoçantes artificiais, muito comuns em bebidas diet como refrigerantes e energéticos, pode aumentar o risco de câncer.

Como mostra o site americano Eat This, Not That!, os pesquisadores analisaram um banco de dados em que mais de 100.000 adultos franceses responderam questionários sobre nutrição e saúde. Os participantes foram acompanhados por um período médio de cerca de oito anos e o consumo de diferentes adoçantes artificiais foi comparado ao risco de vários tipos de tumor.

“Até onde sabemos, nenhum estudo de coorte anterior investigou diretamente as associações entre a ingestão quantitativa de adoçantes artificiais, distinguindo os diferentes tipos de adoçantes, e o risco de câncer. Neste grande estudo populacional, adoçantes artificiais, especialmente aspartame e acessulfame-K, que são usados em muitas marcas de alimentos e bebidas em todo o mundo, foram associados ao aumento do risco de câncer”, afirmam as pesquisadoras Charlotte Debras e Mathilde Touvier, da Universidade Sorbonne Paris Nord, da França, duas autoras do estudo, entrevistadas pelo site americano.

O Eat This, Not That! Lembra que pesquisas anteriores já haviam associado o aspartame à hiperglicemia (aumento de açúcar no sangue) e à inflamação, bem como ao risco aumentado de insensibilidade à insulina. O acessulfame-K, por sua vez, foi vinculado ao câncer e à intolerância à glicose.

O aspartame é muito usado em balas de goma, cereais e bebidas, enquanto o acessulfame-K pode ser encontrado em doces congelados, bebidas e produtos de panificação.

Vale lembrar que o estudo é observacional, sem relação causal. Ou seja, a maior chance de contrair câncer pode não ser o resultado direto do consumo desses adoçantes artificiais.

“Os resultados precisam ser replicados em outras coortes de grande escala e os mecanismos subjacentes devem ser esclarecidos por mais estudos experimentais. Além disso, eles não devem ser interpretados como sugestão para consumir açúcar em vez de adoçantes artificiais. A ingestão excessiva de açúcar definitivamente causa muitas doenças crônicas e também deve ser limitada”, alertam as pesquisadoras, citadas pelo site americano.