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Bem-Estar

Estudo associa o consumo de cogumelo ao menor risco de depressão

Por João Paulo Martins  em 02 de janeiro de 2022

A pesquisa observacional feita nos Estados Unidos encontrou uma relação entre a dieta rica em fungos e menores índices de depressão, mas não a causa para esse efeito

Estudo associa o consumo de cogumelo ao menor risco de depressão
(Foto: Freepik)

 

Um estudo observacional publicado em julho de 2021 no periódico científico Journal of Affective Disorders encontrou uma associação entre o consumo de cogumelos e um risco menor de desenvolver depressão.

Essa relação ainda não é explicada cientificamente, por isso, os pesquisadores dizem que os dados devem ser interpretados com cautela. Ainda mais porque o estudo também descobriu que comer mais cogumelos não diminui proporcionalmente as chances de se ter depressão.

De acordo com o site americano de notícias científicas Science Alert, os pesquisadores analisaram dados de dieta e saúde mental de mais de 24.000 adultos nos Estados Unidos, que participaram do estudo americano National Health and Nutrition Examination Survey entre 2005 e 2016.

Os voluntários foram convidados a citar a quantidade de cogumelo consumida dois dias antes do questionamento. Além disso, a depressão foi medida usando um questionário padronizado de saúde do paciente.

As descobertas não diferenciam entre os vários tipos de cogumelos ingeridos, esclarece o site especializado.

 

Estudo associa o consumo de cogumelo ao menor risco de depressão
O cogumelo juba de leão (Hericium erinaceus) não é muito conhecido no Brasil, mas é rico em nutrientes que ajudam o cérebro (Foto: Wikimedia/Eigene Arbeit von Lebrac/Creative Commons)

 

Fungos mais consumidos

 

O champignon de Paris (Agaricus bisporus) é um dos cogumelos mais consumidos e é rico em potássio, o que parece ajudar a diminuir a ansiedade, informa o Science Alert. Outros fungos comestíveis, como o juba de leão (Hericium erinaceus), são conhecidos por conter fatores neurotróficos ligados à saúde do cérebro, bem como agentes anti-inflamatórios, que parecem ajudar a aliviar os sintomas da depressão, de acordo com o site americano.

Claro que os cogumelos possuem uma variedade de vitaminas, minerais e antioxidantes que podem contribuir para os aparentes efeitos antidepressivos. Descobrir quais fatores estão em jogo exigirá muito mais estudos moleculares, clínicos e epidemiológicos.

No entanto, existe um poderoso antioxidante conhecido como ergotioneína contido nos fungos que os cientistas estão de olho. Os seres humanos só podem obtê-lo por meio da dieta, e os cogumelos apresentam as maiores concentrações de todos os alimentos frescos que consumimos, explica o site especializado.

“Os cogumelos são a maior fonte alimentar do aminoácido ergotioneína, um anti-inflamatório que não pode ser sintetizado por humanos. Ter altos níveis dele pode diminuir o risco de estresse oxidativo, o que também pode reduzir os sintomas de depressão”, diz o epidemiologista Djibril Ba,  da Universidade Penn State, nos EUA, um dos autores do estudo, citado pelo Science Alert.

Em uma análise posterior dos dados, os autores compararam aqueles que comeram uma porção maior de cogumelos por dia com aqueles que ingeriram carne vermelha ou processada. Curiosamente, a substituição não foi associada a menores chances de depressão.