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Saúde

A varíola do macaco, que já afetou 48 pessoas no mundo, pode ser fatal?

Por João Paulo Martins  em 19 de maio de 2022

Saiba mais sobre a doença infecciosa causada por vírus do gênero ortopoxvírus

A varíola do macaco, que já afetou 48 pessoas no mundo, pode ser fatal?
A varíola do macaco é caracterizada pelas erupções cutâneas, que caem após algumas semanas (Foto: CDC's Public Health Image Library/Domínio Público)

 

Espanha e Portugal detectaram mais de 40 casos suspeitos de varíola do macaco, uma infecção viral raramente vista na Europa, com os dois surtos concentrados nas áreas de Madri e Lisboa, segundo as autoridades de saúde informaram na última quarta (18/5), revela o site de notícias científicas Science Alert.

O anúncio veio poucos dias depois que o Reino Unido divulgou o registro de sete casos este mês, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalhando com o governo britânico para investigar o surto.

Como mostra o Science Alert, as autoridades de saúde acreditam que algumas dessas contaminações estejam relacionadas com relações sexuais o que seria uma nova forma de entendimento da transmissão do vírus.

Já nos Estados Unidos, o estado de Massachusetts relatou também na quarta (18/5) um caso da varíola do macaco em um homem que viajou recentemente para o Canadá, informa o jornal americano USA Today. Acredita-se que essa infecção esteja conectada aos surtos da Europa.

A doença, assim como a varíola tradicional, é causada por um vírus do gênero ortopoxvírus. Apesar do nome, os primatas selvagens não são o principal reservatório do patógeno. Pequenos roedores, como esquilos, que vivem em florestas tropicais da África são considerados os principais vetores da doença.

 

O que é a varíola do macaco?


A infecção causada pela varíola do macaco é considerada rara e, geralmente, causa quadro leve. Ela foi descoberta pela primeira vez em 1958 em macacos de laboratório, por isso recebeu esse nome. O primeiro caso em humanos foi registrado em 1970, de acordo com o jornal americano Bloomberg. A doença é “parente” da varíola, causando erupção cutânea que geralmente começa no rosto.

 

Como é transmitida a doença?

 
A varíola do macaco pode ser pega por meio de mordida de animal infectado, ou pelo contato com sangue, fluidos corporais ou pele contaminados. Acredita-se que seja transmitida por roedores, como ratos, camundongos e esquilos. Também é possível pegar a doença comendo carne crua ou mal cozida de animal infectado.

É muito incomum pegar varíola de um humano, revela o Bloomberg, porque não se espalha facilmente entre as pessoas. Mas ela pode contaminar vestimentas, roupas de cama ou toalhas usadas por quem apresenta erupção cutânea. A doença também pode ser transmitida pelo contato com as bolhas ou crostas da varíola na pele. Ficar próximo a pacientes infectados durante tosses e espirros também é um risco.

 

Quais são os sintomas da varíola do macaco?

 
Se você for infectado com esse tipo de varíola, geralmente leva de cinco a 21 dias para que os primeiros sintomas apareçam. Eles incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, glândulas inchadas, calafrios e exaustão.

Erupções cutâneas geralmente aparecem de um a cinco dias depois dos primeiros sintomas. A erupção às vezes é confundida com varicela, porque começa como manchas elevadas que se transformam em pequenas bolhas cheias de líquido. Os sintomas costumam desaparecer de duas a quatro semanas e as erupções na pele caem, informa o jornal americano.

 

A varíola pode ser fatal?

 
Estudos feitos com pacientes na África central, onde as pessoas têm menos acesso ao atendimento de saúde de qualidade, mostram que a doença ode ser fatal em um a cada 10 pacientes, segundo a OMS. No entanto, a maioria dos casos apresenta recuperação após algumas semanas.

 

Existe cura para a varíola do macaco?

 
Segundo o Bloomberg, pacientes geralmente precisam ficar hospitalizados para que a infecção não se espalhe e os sintomas possam ser tratados. Existe vacina e tratamento específico, por meio do medicamento tecovirimat, produzido pela biofarmacêutica americana Siga Technologies, com nome comercial Tpoxx, mas ainda não está amplamente disponível.