Vaticano marca beatificação do papa João Paulo I para 2022

O cardeal italiano Albino Luciani, que se tornou o papa João Paulo I em 1978, será beatificado pelo papa Francisco no dia 4 de setembro de 2022. Segundo o site francês La Croix, a informação foi revelada na última quinta (23/12) por Stefania Falasca, vice postular do caso de Albino Luciani na Congregação para as Causas dos Santos, após a promulgação do decreto que reconhece a cura milagrosa atribuída à intercessão de João Paulo I.

O “papa Sorriso”, como era mundialmente conhecido, se tornará santo 43 anos após sua morte, ocorrida na madrugada de 28 para 29 de setembro de 1978.

O anúncio ocorre pouco mais de dois meses depois que o papa Francisco autorizou, em 13 de outubro, a promulgação do decreto reconhecendo a cura milagrosa atribuída à intercessão de João Paulo I. Uma menina de 11 anos, que sofria de encefalite inflamatória aguda grave, foi curada em Buenos Aires, na Argentina, em 23 de julho de 2011 enquanto orava ao “papa Sorriso”.

Como se sabe, Albino Luciani teve um dos pontificados mais curtos da história. De saúde frágil, o Patriarca de Veneza, faleceu apenas 33 dias após sua eleição como papa, ocorrida em 26 de agosto de 1978, informa o La Croix.

Pontificado curto e marcante

Desde os primeiros dias como João Paulo I, o cardeal italiano impôs um estilo simples e direto, improvisando as primeiras pregações. Mas também herdou muitas tarefas deixadas por Paulo VI. Quando o papa morreu no Palácio Apostólico do Vaticano, provavelmente de ataque cardíaco, na madrugada de 29 de setembro de 1978, sua morte deu origem a muitas especulações associadas aos bastidores do Vaticano.

Entre as ações previstas para seu pontificado estavam: renovação da Igreja, revisão do direito canônico e humanização do papado.

Nascido em 17 de outubro de 1912 em Forno di Canale, em Veneza, Albino Luciani era filho de um trabalhador e de uma muito religiosa. Ordenado em 1935, em 1958 foi nomeado bispo de Vittorio Veneto, uma pequena diocese no norte da Itália. Em 1969, foi Paulo VI quem o nomeou Patriarca de Veneza, e logo cardeal, antes de ser eleito papa em 1978, aos 65 anos.