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Papa Francisco diz que não viverá mais na Argentina

Por João Paulo Martins  em 27 de fevereiro de 2021

O líder da Igreja Católica diz em entrevista que espera que sua morte seja em Roma

Papa Francisco diz que não viverá mais na Argentina
Ao jornal argentino La Nación, papa Francisco revela que espera morrer em Roma (Foto: Instagram/franciscus/Reprodução)

Papa Francisco diz que não tem medo da morte e que espera que ela o encontre em Roma, na Itália, já que descarta regressar à Argentina, sua terra natal, segundo entrevista concedida há dois anos ao jornal argentino La Nación e que foi publicada neste sábado (27/2).

"Sendo papa, seja no cargo ou emérito [aposentado], estarei em Roma. Não vou voltar para a Argentina", comenta o pontífice quando questionado pelo jornal sobre como imagina a própria morte?.

Francisco salienta que a morte é um assunto que pensa constantemente, embora não lhe cause "medo". Vale dizer que a entrevista foi realizada no dia 16 de fevereiro de 2019, em Roma, e na ocasião ele disse estar "muito bem" de saúde.

A conversa com o jornalista e médico argentino Nelson Castro, do La Nación, trata da saúde e das doenças que Francisco enfrentou ao longo da vida, entre as quais um "grave problema pulmonar" em 1957 e o transtorno de ansiedade que o acompanha até hoje.

"Dominei a ansiedade. Quando me deparo com uma situação ou tenho que enfrentar um problema que me causa ansiedade, interrompo. Tenho vários métodos para fazer isso. Um deles é ouvir Bach [Johan Sebastian, compositor barroco alemão]. Isso me acalma e me ajuda a analisar melhor os problemas. Confesso que ao longo dos anos consegui colocar uma barreira à entrada da ansiedade em meu espírito. Seria perigoso e prejudicial para mim tomar decisões num estado de ansiedade", esclarece o líder da Igreja Católica ao jornal argentino.

O papa também falou sobre psicologia, que afirma ser um tema "necessário para um padre", embora revele que nunca esteve numa psicanálise. Ainda assim, Francisco conta que recorreu à ajuda de um psiquiatra durante um momento delicado de sua vida.

"Nunca fiz psicanálise. Sendo provinciano dos jesuítas, nos dias terríveis da ditadura militar [na Argentina de 1976 a 1983], em que tive que esconder pessoas para tirá-las do país e salvar suas vidas. Tive que lidar com situações que não sei como consegui", diz o papa argentino Jorge Bergoglio.