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Ciência

Molusco de quase 330 milhões de anos recebe o nome do presidente americano Joe Biden

Por Da Redação  em 09 de março de 2022

O Syllipsimopodi bideni chama a atenção por possuir 10 braços e representar a transição na evolução de lulas e polvos

Molusco de quase 330 milhões de anos recebe o nome do presidente americano Joe Biden
A rara preservação de partes moles dos moluscos ajudou na identificação da nova espécie Syllipsimopodi bideni (Fotos: Christopher D. Whalen e Neil H. Landman/Nature Communications/Divulgação)

 

Um cefalópode (molusco) que vagava pelos oceanos há centenas de milhões de anos recebeu o nome do presidente dos EUA, Joe Biden. O fóssil de polvo, descoberto no estado de Montana (EUA), sugere que o ancestral de todas as lulas e polvos tinha 10 braços, ao contrário de oito dos animais atuais.

Além de dar nome a uma estação de trem, um sabor de sorvete e um planeta, o mandatário americano, agora, pode adicionar à lista ser associado a um fóssil. A descoberta foi publicada na última terça (8/3) na revista científica Nature Communications.

Como mostra o site do Museu de História Natural do Reino Unido, o Syllipsimopodi bideni foi datado como tendo mais de 328 milhões de anos, sendo 82 milhões de anos mais velho que o primeiro vestígio descoberto dos vampiropodes, grupo de cefalópodes que engloba polvo e lula vampiro. Isso sugere que os primeiros moluscos desse tipo tinham 10 braços, dois dos quais foram perdidos durante a evolução.

“Esse é o primeiro e único vampiropode conhecido a possuir 10 apêndices funcionais. A contagem de braços é uma das características definidoras que separam os Decabrachia, que incluem lulas e chocos de 10 braços, dos Vampyropoda, que são compostos de polvos de oito braços e lulas vampiros. Há muito entendemos que os polvos atingiram sua contagem de oito braços através da eliminação dos dois filamentos da lula vampiro, e que esses filamentos são braços vestigiais. No entanto, todos os vampiropodes fósseis relatados anteriormente tinham apenas oito braços, então esse fóssil é, sem dúvida, a primeira confirmação da ideia de que todos os cefalópodes possuíam ancestralmente 10 braços”, explica o pesquisador Christopher Whalen, da Universidade de Yale (EUA), coautor do estudo, citado pelo site do museu britânico.

 

Evolução dos vampiropodes

 

Os vampiropodes são o principal grupo de cefalópodes, incluindo animais extintos como amonites e belemnites, bem como espécies vivas, como náutilos e chocos. Enquanto seus tecidos duros se preservam facilmente, não é comum encontrar fósseis das partes mais moles.

O S. bideni foi encontrado em rochas de Montana datadas entre 330 e 323 milhões de anos atrás. Ele foi doado ao Museu Real de Ontário, no Canadá, na década de 1980, e só recentemente foi reconhecido como uma espécie única.

O fóssil é aerodinâmico, com um corpo de 12 cm semelhante ao das lulas modernas. No entanto, enquanto as lulas possuem oito braços e dois tentáculos, a espécie Syllipsimopodi bideni não diferencia os membros (por isso são 10) e todos têm ventosas ao longo do comprimento.

Esses braços provavelmente teriam sido usados para capturar e manipular presas, enquanto as barbatanas corporais ajudavam a estabilizar enquanto nadava, segundo o Museu de História Natural.