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Ciência

Lua é 40 milhões de anos mais velha do que se pensava, diz estudo

Por João Paulo Martins  em 23 de outubro de 2023

Cientistas analisaram cristais de zircônio presentes em amostras da Lua trazidas à Terra por astronautas da missão Apollo 17, em 1972

Lua é 40 milhões de anos mais velha do que se pensava, diz estudo
(Foto: Freepik)

 

Análise de cristais presentes em rochas trazidas da Lua pelos astronautas da missão Apollo 17, da Nasa, em 1972, sugere que nosso satélite natural é 40 milhões de anos mais velho do que se imaginava, com idade de 4,46 bilhões de anos – pouco mais jovem que a Terra, que possui 4,543 bilhões de anos. O estudo que traz essa análise foi publicado nesta segunda (23/10), na revista científica Geochemical Perspectives Letters.

Para chegar a essa idade, os cientistas avaliaram a poeira lunar coletada pelos astronautas e identificaram nanocristais que se formaram assim que a Lua começou a esfriar – ela teria se formado após um grande impacto entre a Terra e um planeta do tamanho de Marte, chamado Theia.

“Esses cristais são os sólidos mais antigos conhecidos que se formaram após o impacto gigante. E porque sabemos a idade desses cristais, eles servem como uma âncora para a cronologia lunar”, comenta o pesquisador Philipp Heck, da Universidade de Chicago, nos EUA, citado pelo site americano IFL Science.

Segundo o cientista, quando a superfície lunar ainda apresentava magma, não havia possibilidade de os cristais de zircônio se formarem e sobreviverem. “Portanto, quaisquer cristais na superfície da Lua devem ter-se formado após o arrefecimento desse oceano de magma lunar. Caso contrário, eles teriam sido derretidos e suas assinaturas químicas seriam apagadas”, completa o cientista

Para descobrir a idade destes nanocristais de zircônio, a equipe precisava medir a quantidade de urânio e chumbo nas amostras. Após longo período de decaimento, o urânio se transforma em chumbo e, observando as proporções desse metal, os cientistas podem identificar a idade do cristal, explica o site americano. Para tanto, foi usada tomografia por sonda atômica.

Depois que a composição da amostra foi estabelecida e a equipe mediu quantos átomos havia, eles foram capazes de calcular a idade do cristal e, portanto, da própria Lua, que se mostrou 40 milhões de anos mais velha.